O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, classificou o plano de paz dos EUA para a Palestina e Israel como “inexecutável”, em uma reunião privada com líderes judeus na terça-feira. Em uma gravação em áudio da reunião obtida pelo Washington Post, Pompeo expressou seu ceticismo em relação ao plano secreto, que deve ser revelado em poucas semanas no Bahrein, dizendo que ele pode não ganhar força e nem ser visto como muito original.
Ele reconheceu a impressão generalizada de que o plano seria de “um acordo que somente os israelenses poderiam amar” e esperava que as pessoas “apenas dessem tempo para ouvir e deixá-lo avançar um pouquinho”. Respondendo à pergunta de um participante sobre os esforços para trazer os palestinos a bordo, Pompeo disse que “todos vão encontrar algo para odiar na proposta”, mas também “encontrarão alguma coisa … a construir.”
O governo norte-americano do presidente Donald Trump tem adotado políticas hostis contra os palestinos, como a transferência da embaixada dos EUA para Jerusalém, o reconhecimento da soberania israelense sobre as colinas de Golan, o fechamento da delegação da OLP em Washington e o corte da ajuda à UNRWA e refugiados.
Esses comentários contrastam com a retórica do governo norte-americano em seu plano de paz, apelidado de “acordo do século”, uma tentativa de Trump de resolver o conflito de longa data entre israelenses e palestinos.
Trump respondeu ontem às observações sóbrias de Pompeo, admitindo que ele “pode estar certo” em sua avaliação do plano de paz. Empresários e autoridades palestinas se recusam a participar da conferência no Bahrein, assim como a Rússia e a China. No entanto, os Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Catar concordaram em enviar delegações.
Embora tenha concordado em participar da conferência, Israel está no meio de sua própria crise política. Na semana passada, o Knesset de Israel votou por se dissolver, depois que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu não conseguiu formar um governo em funcionamento, provocando nova eleição. Programada para 17 de setembro, a turbulência interna de Israel coloca em dúvida se os EUA conseguirão implementar seu plano de paz como planejado.