Portuguese / English

Middle East Near You

Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Doenças mentais afetam um quinto das pessoas que vivem em zonas de guerra

Um homem desenha uma pintura na parede da Universidade de Sana'a para reagir à guerra em andamento no país. Em Sana'a, Iêmen em 15 de março de 2017. (Mohammed Hamoud - Agência Anadolu)

Uma em cada cinco pessoas em zonas de guerra tem depressão, ansiedade, estresse pós-traumático, transtorno bipolar ou esquizofrenia, com muitos sofrendo formas graves dessas doenças mentais, disse a Organização Mundial de Saúde (OMS) na terça-feira, segundo a Reuters.

As descobertas destacam o impacto de longo prazo das crises induzidas pela guerra em países como Afeganistão, Iraque, Sudão do Sul, Síria e Iêmen, segundo a agência de saúde da ONU, e os números são significativamente mais altosdo que em tempo de paz.quando uma em cada 14 pessoas têm uma doença mental.

“Dado o grande número de pessoas necessitadas e o imperativo humanitário para reduzir o sofrimento, há necessidade urgente de implementar intervenções de saúde mental em escala para lidar com esse fardo”, disse a equipe de pesquisa.

Mark van Ommeren, especialista em saúde mental da OMS que trabalhou na equipe, disse que as descobertas “acrescentam ainda mais peso ao argumento de que é preciso investimento imediato e sustentado para que o apoio mental e psicossocial seja disponibilizado a todas as pessoas necessitadas que vivem com conflitos e sofrem suas conseqüências ”.

Em 2016, o número de conflitos armados em andamento atingiu o recorde histórico de 53 em 37 países e 12% das pessoas do mundo vivem em uma zona de guerra ativa, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU). Desde a Segunda Guerra Mundial, quase 69 milhões de pessoas em todo o mundo foram forçadas a fugir da guerra e da violência.

O estudo sobre saúde mental em conflitos, publicado na revista médica The Lancet, foi realizado por uma equipe de pesquisadores da OMS, da Universidade de Queensland, na Austrália, e do Instituto de Medição e Avaliação da Saúde das universidades de Washington e de Harvard nos Estados Unidos. .

Foram analisados pesquisas de 129 estudos e dados de 39 países, publicados entre 1980 e agosto de 2017.

As regiões que viveram conflitos nos últimos 10 anos foram incluídas no estudo e as doenças mentais foram categorizadas como leves, moderadas ou graves. Desastres naturais e emergências de saúde pública, como o Ebola, não foram incluídos.

No geral, em zonas de guerra, a prevalência média foi maior para condições de saúde mental leve, em 13%. Cerca de 4% das pessoas que vivem em meio a conflitos armados apresentam doença mental moderada e, em condições severas, a prevalência é de 5%.

O estudo também apurou que as taxas de depressão e ansiedade em contextos de conflito parecem aumentar com a idade, e a depressão ŕ mais comum entre mulheres do que homens.

O estudo foi financiado pela OMS, pelo Departamento de Saúde de Queensland e pela Fundação Bill & Melinda Gates.

Categorias
AfeganistãoÁsia & AméricasAustráliaIêmenIraqueNotíciaOceâniaOMSONUOrganizações InternacionaisOriente MédioSíria
Show Comments
Palestina: quatro mil anos de história
Show Comments