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“Uso meu bolso como toalete”, diz filha do líder da Irmandade

Aisha Al-Shater, filha do vice-guia supremo da Irmandade Muçulmana no Egito, Khairat Al-Shater

A filha do vice-líder da Irmandade Muçulmana, Khairat Al-Shater, disse a um tribunal egípcio no sábado que ela está usando seu bolso como toalete e pediu que as autoridades lhe dêem acesso aos serviços de higiene dentro da prisão.

Aisha Al-Shater foi presa junto com seu marido, o ex-porta-voz Comissão Egípcia dos Direitos e Liberdades (ECFR), em novembro de 2018, depois que forças de segurança invadiram seu apartamento tarde da noite. Ela desapareceu por 28 dias antes de reaparecer na prisão feminina de Qanateer, ao norte do Cairo.

Na noite de sua prisão, um total de 19 ativistas de direitos humanos foram levados, incluindo a ativista de direitos humanos Hoda Abdelmonem, de 60 anos. Fotos amplamente divulgadas do ataque mostravam armários virados e seus itens pessoais espalhados pelo chão.

Desde então, Aisha e seu marido foram acusados de pertencer a uma organização terrorista e financiar grupos terroristas. Desde que a Irmandade Muçulmana foi designada como uma organização terrorista no Egito em 2013, milhares de seus membros foram detidos.

No final de março, a detenção de Aisha foi renovada por 45 dias, aguardando investigação.

A cela na qual Aisha é mantida tem dois metros quadrados, sem janelas, com apenas um balde no canto. Ela não tem acesso a chuveiro, toalete e não está recebendo produtos sanitários.

Em março, a Iniciativa Egípcia para os Direitos Pessoais lançou a campanha Ciclos na Prisão para pressionar as autoridades prisionais a fornecerem às mulheres encarceradas produtos de higiene, acesso a água potável e banheiros para prevenir a disseminação de doenças.

As mulheres nas prisões egípcias devem comprar produtos na cantina da prisão, ou recebê-los de visitantes. No entanto, nem todas têm dinheiro para fazê-lo e outras são proibidas de receber visitas familiares.

Aisha foi proibida de receber visitantes, o que é contra a lei egípcia. Ela não vê seus três filhos há oito meses.

Seu pai e ex-candidato à presidência Khairat Al-Shater está preso desde julho de 2013, pouco depois de Mohammed Morsi ter sido deposto. Dado que ela não era uma crítica ativa durante o governo de Sisi, os observadores acreditam que Aisha foi presa por causa de seu pai.

Prender membros da família como uma medida punitiva contra figuras que o regime egípcio vê como uma ameaça não é nova.

No ano passado, Ola Al-Qaradawi, filha do influente estudioso islâmico e opositor do regime de Sisi Yusuf Al-Qaradawi, tornou-se parte de um conflito geopolítico entre o Catar, onde vive Al-Qaradawi, e o Egito, que cortou relações diplomáticas com o estado do Golfo.

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