Nesta sexta-feira, líderes da oposição israelense criticaram o Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu sobre o acordo de trégua para os conflitos na Faixa de Gaza.
“O acordo assinado na noite passada prova que o Hamas dita [suas demandas] a Netanyahu,” afirmou Benny Gantz, chefe da aliança de oposição Azul e Branco (Kahol Lavan). “Não podemos dissuadí-los dessa forma,” acrescentou o político, segundo informações da rede de notícias Arab48.
Durante uma visita às comunidades do sul de Israel próximas à Faixa de Gaza, Gantz declarou: “Estou aqui na periferia de Gaza e posso ver que Netanyahu é responsável pelos balões incendiários do Hamas, que mais uma vez espalham fogo. Perdemos nosso poder de dissuasão.”
“Temos de conquistar nosso poder de dissuasão através de ataques em massa. Caso não haja nenhuma resposta forte, não haverá influência. Caso não haja influência, não há tranquilidade.”
Na sexta-feira, Israel e Hamas chegaram a um novo acordo mediado pela ONU e pelo Egito. A negociação renovou a trégua entre as duas partes, em troca da retomada do abastecimento de combustíveis para a usina de energia de Gaza e da expansão das zonas de pesca na faixa litorânea.
Gabi Ashkenazi, outra figura de liderança no alto escalão do Kahol Lavan, ecoou os sentimentos de Gantz ao afirmar: “Isso não é uma trégua. Netanyahu desistiu dos residentes da periferia de Gaza […] Vá até lá e veja o que estão fazendo. Eles esperam por respostas.”
Outras figuras da oposição também entraram no debate, tendo em vista suas próprias ambições políticas diante das novas eleições gerais israelenses, marcadas para setembro deste ano. Amir Peretz, que espera liderar o Partido Trabalhista de Israel após as primárias na próxima semana, declarou: “É preciso uma solução a longo-prazo, não somente acordos de trégua que não são dignos sequer do papel no qual estão registrados. O Hamas brinca com Netanyahu.”
Ehud Barak, ex-primeiro-ministro – que anunciou, nesta semana, o lançamento de um novo partido para concorrer às eleições de setembro – escreveu em seu Twitter: “Isso é uma submissão ao Hamas […] Após centenas de ataques, temos um novo acordo absolutamente problemático que pode durar somente alguns dias.”
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