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Bashar al-Assad declara cessar-fogo condicional em Idlib

Um menino coberto de poeira caminha sobre os escombros de Ariha, após bombardeios executados por aviões de guerra do governo de Assad, na zona de desescalada na província de Idlib, Síria, 12 de julho de 2019 [Muhammed Said/Agência Anadolu]

Na noite desta quinta-feira (1°), o regime sírio do Presidente Bashar al-Assad anunciou um cessar-fogo na província de Idlib, após a 13ª rodada dos diálogos de paz sediados em Nur-Sultan – antes, em Astana – no Cazaquistão.

O acordo de cessar-fogo foi alcançado sob condição de que as forças oposicionistas “recuem cerca de 20 quilômetros de distância da linha que demarca a zona de desescalada de Idlib, além de entregar as armas de médio e grande porte.”

Ao falar para repórteres após as negociações, Alexander Lavrentiev, enviado especial da Rússia para a Síria, parabenizou e acolheu a decisão do regime e a trégua em Idlib. O xeique Rami Dosh, Presidente da Assembleia Suprema para Tribos e Clãs Sírios, declarou: “A Síria pertence a todos. Há o suficiente para todos. Organizações separatistas não podem dividir o país.”

Dosh também comentou sobre os crimes cometidos pelas milícias curdas e grupos terroristas, como as Unidades de Proteção Popular (YPG) e a ala síria do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) – que opera de dentro da Turquia e é considerada grupo terrorista pelos Estados Unidos e União Europeia. Segundo Dosh, os curdos na região e na Síria também sofreram nas mãos do YPG. Abdul Hakim Bashar, Vice-Presidente do Conselho Nacional de Sírio-Curdos (ENKS), afirmou que as relações árabe-curdas no país deterioraram como resultado das ações do grupo.

Apesar do anúncio do cessar-fogo, o encontro principal das negociações de paz acontece hoje, com delegações do regime sírio e de grupos de oposição.

As conversas na capital cazaque ocorrem desde janeiro de 2017, com o objetivo de buscar uma solução para o conflito na Síria entre o regime e os diversos grupos de oposição e milícias nacionais. As negociações também pretendem esclarecer os papéis dos agentes externos envolvidos na guerra civil, como Turquia, Rússia e Estados Unidos.

Embora o cessar-fogo tenha sido oficialmente anunciado e reconhecido, há ainda dúvidas sobre a anuência do regime ao acordo, devido à falta de confiabilidade por parte das forças militares. Em outubro de 2018, foi assinado um acordo para tornar a província de Idlib uma zona de desescalada, onde sírios que fugissem da guerra poderiam encontrar abrigo. No entanto, desde então, em particular, o regime sírio – com apoio da Rússia – constantemente rompem o acordo, assim como todo e qualquer cessar-fogo estabelecido.

No início de maio deste ano, o regime sírio e a Rússia deram início a um ataque intensivo por terra e ar contra a província de Idlib, a fim de recapturar o último posto avançado controlado pela oposição. A investida resultou na morte de centenas de civis, destruição de escolas e hospitais e deslocamento de aproximadamente 450.000 sírios de Idlib em direção à Turquia.

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