O empresário e produtor cultural Mohamed Ali Abdel Khaleq revelou ontem (2) em um vídeo compartilhado na sua página do Facebook um plano para protestar contra o regime do Presidente do Egito Abdel Fattah al-Sisi. Segundo Ali, sua estratégia de manifestações tornará difícil para o Exército e para as forças de segurança reprimir protestos ou prender seus participantes.
Ali afirmou que o novo plano foi proposto por um manifestante chamado Atwa Kenanah, que sugeriu que as pessoas tomem as ruas às três horas da tarde, durante o dia de trabalho, destacando que as autoridades egípcias tiveram facilidade para reprimir as manifestações da última sexta-feira (27 de setembro) por ser um dia no qual as pessoas não trabalham, quando as ruas permanecem vazias, o que concedeu à polícias e as forças de segurança do governo vantagens para fechar o cerco às manifestações.
Ali explicou que este horário coincide com a saída do expediente de um grande número de trabalhadores e estudantes, de modo que as ruas estarão lotadas. Segundo ele, o enorme número de pessoas deverá superar a capacidade repressiva da polícia, que não poderá prender ou controlar todos os envolvidos.
No dia 20 de setembro, sexta-feira, forças de segurança bloquearam os acessos à Praça Tahrir – maior praça do Egito e palco dos protestos que depuseram o ditador Hosni Mubarak –, além de obstruir as ruas próximas, cercadas por postos de segurança. As autoridades também fecharam quatro estações de metrô no centro da capital Cairo, a fim de comprometer uma manifestação de massa conclamada por Ali.
“Em flagrante violação das liberdades de circulação e reunião pacífica, as autoridades do Egito fecharam ao menos quatro estações de metrô fundamentais ao transporte na região central da capital Cairo e bloquearam a maioria das ruas de acesso à Praça Tahrir, a fim de conter manifestações contrárias ao governo,” relatou a Anistia Internacional em resposta às medidas das autoridades egípcias diante das manifestações de sexta-feira, 20 de setembro.