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Relatório da ONU sugere que o Iêmen logo será o país mais pobre do mundo

Uma mulher iemenita e suas filhas sentam-se do lado de fora de sua tenda, em um campo para refugiados interno perto da capital Sanaa, no Iêmen, 15 de agosto de 2016 [Khaled Abdullah/Reuters]

O Iêmen está a caminho de se tornar o país mais pobre do mundo caso a guerra continue, declarou um relatório da ONU.

“Caso os combates continuem até 2022, o Iêmen deverá se tornar o país mais pobre do mundo, com 79 por cento da população vivendo abaixo da linha da pobreza e 65 por cento classificada como extremamente pobre,” relatou o documento do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) divulgado na quarta-feira (9).

O Iêmen já se classifica como o país mais pobre dentre os estados árabes, de modo que a taxa de pobreza no país deverá pular de 47 por cento, conforme estimado em 2014, para 75 por cento da população até o fim de 2019. A ONU já descreveu antes a situação no Iêmen como a “pior crise humanitária do mundo”.

“Não somente a guerra tornou o Iêmen a pior crise humanitária no mundo, como também levou a uma assustadora crise de desenvolvimento,” declarou na quarta-feira o representante do PNUD no Iêmen, Auke Lootsma. “A crise em curso ameaça tornar a população iemenita a mais pobre do mundo – um título que este país já muito castigado não pode suportar.”

Segundo o relatório, na ausência de um conflito, o Iêmen poderia ter avançado em direção às Metas de Desenvolvimento Sustentável, prerrogativas globais para combater a pobreza estabelecidas em 2015, com prazo de cumprimento até 2030.

O relatório refere-se também à quebra dos mercados e instituições, além da destruição da maior parte da infraestrutura social e econômica, observando que o produto interno bruto per capita no Iêmen caiu de US$ 3.577 para US$ 1.950, pior nível no país desde 1960.

O Iêmen permanece em estado de guerra civil desde 2014, quando os rebeldes houthis tomaram grande parte do país, incluindo a capital Sanaa.

Em 2015, a Arábia Saudita e seus aliados árabes decidiram intervir e lançaram uma campanha aérea massiva cujo objetivo era reverter os ganhos militares dos houthis e dar apoio ao governo sitiado do Iêmen.

Segundo estimativas oficiais da ONU, mais de 90.000 pessoas foram mortas na guerra e onze por cento da população iemenita foi deslocada.

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