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UNICEF estima que 16 milhões de crianças sofrem de desnutrição no Oriente Médio e Norte da África

Em meio a uma epidemia de cólera, crianças iemenitas remexem no lixo para coletar restos para reciclagem na capital Sana’a, Iêmen, 1° de abril de 2019 [Mohammed Hamoud/Agência Anadolu]

Afetadas por inúmeros conflitos na região, cerca de 16 milhões de crianças sofrem de desnutrição no Oriente Médio e Norte da África, revelou um relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), divulgado neste domingo (20).

A organização internacional declarou que tais crianças – 16 milhões no total – são “menores de cinco anos de idade” e “não desfrutam de qualquer alimento nutritivo.”

“Apesar de algumas melhorias, incluindo progressos ao lidar com a subnutrição, tendências generalizadas sobre a questão da alimentação infantil ou começaram a estagnar ou deterioraram gravemente no Norte da África e Oriente Médio, desde o ano 2000,” afirmou a organização.

A UNICEF ainda acrescentou: “Quase onze milhões de crianças sofrem de desnutrição crônica ou aguda, incluindo sete milhões de crianças que sofrem de atrofias devido às condições alimentares e 3.7 milhões severamente desnutridas.”

As crianças que sofrem de desnutrição aguda, segundo a entidade, “têm onze vezes mais chances de morrer, caso não sejam tratadas, do que seus pares bem-nutridos.”

Muitas dessas crianças sofrem de formas distintas de desnutrição desde o início dos conflitos na Síria, Iêmen, Líbia e Sudão.

“No Iêmen, estima-se que dois milhões de crianças estão severamente desnutridas, incluindo cerca de 360.000 crianças menores de cinco anos de idade, que sofrem de desnutrição aguda e lutam para sobreviver,” reiterou o relatório.

Ted Chaiban, diretor regional da UNICEF para o Oriente Médio e Norte da África, afirmou: “Crianças nascidas nas comunidades mais pobres e marginalizadas são a maior parte destas crianças que sofrem de desnutrição. Isso perpetua a pobreza por gerações e gerações … Crianças que têm fome não conseguem concentrar-se na escola para aprender e crianças com atrofias decorrentes da desnutrição possuem menor potencial aquisitivo quando adultas devido a deficiências no desenvolvimento.”

Segundo a UNICEF, solucionar o problema da desnutrição só é possível “por meio de esforços alinhados entre governos, setores privados, doadores, pais e setores fundamentais, como saúde, educação, água, saneamento e proteção social.”

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