Afetadas por inúmeros conflitos na região, cerca de 16 milhões de crianças sofrem de desnutrição no Oriente Médio e Norte da África, revelou um relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), divulgado neste domingo (20).
A organização internacional declarou que tais crianças – 16 milhões no total – são “menores de cinco anos de idade” e “não desfrutam de qualquer alimento nutritivo.”
“Apesar de algumas melhorias, incluindo progressos ao lidar com a subnutrição, tendências generalizadas sobre a questão da alimentação infantil ou começaram a estagnar ou deterioraram gravemente no Norte da África e Oriente Médio, desde o ano 2000,” afirmou a organização.
A UNICEF ainda acrescentou: “Quase onze milhões de crianças sofrem de desnutrição crônica ou aguda, incluindo sete milhões de crianças que sofrem de atrofias devido às condições alimentares e 3.7 milhões severamente desnutridas.”
As crianças que sofrem de desnutrição aguda, segundo a entidade, “têm onze vezes mais chances de morrer, caso não sejam tratadas, do que seus pares bem-nutridos.”
Muitas dessas crianças sofrem de formas distintas de desnutrição desde o início dos conflitos na Síria, Iêmen, Líbia e Sudão.
“No Iêmen, estima-se que dois milhões de crianças estão severamente desnutridas, incluindo cerca de 360.000 crianças menores de cinco anos de idade, que sofrem de desnutrição aguda e lutam para sobreviver,” reiterou o relatório.
Ted Chaiban, diretor regional da UNICEF para o Oriente Médio e Norte da África, afirmou: “Crianças nascidas nas comunidades mais pobres e marginalizadas são a maior parte destas crianças que sofrem de desnutrição. Isso perpetua a pobreza por gerações e gerações … Crianças que têm fome não conseguem concentrar-se na escola para aprender e crianças com atrofias decorrentes da desnutrição possuem menor potencial aquisitivo quando adultas devido a deficiências no desenvolvimento.”
Segundo a UNICEF, solucionar o problema da desnutrição só é possível “por meio de esforços alinhados entre governos, setores privados, doadores, pais e setores fundamentais, como saúde, educação, água, saneamento e proteção social.”