Estudantes universitários no Líbano recusaram-se a voltar às aulas e decidiram manter sua participação em massa nos protestos que tomaram as ruas libanesas, até que suas demandas sejam cumpridas, segundo informações da imprensa do país noticiadas hoje (23). A decisão estudantil ocorre após diversas universidades, incluindo a Universidade Libanesa – a única instituição pública de ensino superior no país – resolverem reabrir e retomar as atividades, apesar dos protestos em curso.
As universidades libanesas fecharam suas portas na última sexta-feira (18), um dia após o início da onda de protestos contra o governo. Na manhã desta quarta-feira (23), o Ministério da Educação declarou que deixaria que os conselhos de cada universidade decidissem se permaneceriam fechadas ou retomariam as aulas.
Estudantes nas ruas prometeram não participar das atividades estudantis e reivindicaram que as universidades reconsiderem essa decisão.
“A maioria dos estudantes universitários, professores e funcionários da administração estão colocando seu país em primeiro lugar e não poderão portanto retornar às aulas e ao trabalho,” afirmou Hadi Saade, estudante da Universidade Americano-Libanesa, ao jornal local Annahar. “Reabrir as universidades irá desencorajar os protestos porque os estudantes não podem desperdiçar dinheiro com mensalidades tão caras, o que é uma ramificação do alto índice da inflação.”
Saade acrescentou que os estudantes pedem para que todas as instituições acadêmicas fechem suas portas em apoio à causa de seus alunos.
Tarek El Masri, professor na mesma universidade, declarou: “Penso que ainda não é hora para voltar às aulas. Devemos continuar a aprender com as ruas, ensinar a todo o mundo o que é de fato um protesto civil e conquistar as mudanças em nosso país para que tenhamos um futuro melhor.”