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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Alinhamentos na América Latina definem as primeiras posições frente ao Acordo do Século

Bandeiras da Venezuela e Palestina [Revista Fórum]

Com a mensagem do Itamaraty, na quarta-feira (29), em apoio ao Acordo do Século, chegaram a cinco os governos da América Latina que se manifestaram publicamente sobre o plano anunciado por Donald Trump para solução do conflito Israel e Palestina. A sem a participação de uma das partes, elaborado pelo assessor e genro Jared Kushner de Trump, a pedido do presidente, em 2019.

Até o anúncio feito na terça feira, posicionamentos em torno do plano de Trump estavam mais circunscritos aos participantes da Conferência organizada por Kushner no Bahrein, onde os primeiros elementos da proposta norte-americana foram apresentados – relativos então a negociações de investimentos e não ao conteúdo político sobre Jerusalém, assentamentos, direito de retorno e Estado Palestino.

Com a proposta completa – um documento de oitenta páginas – divulgada por Trump, ao lado do seu aliado, Benjamin Netanyahu, na terça-feira (27), as posições da América Latina também entraram no tabuleiro, coforme alinhamentos dos governos na região.

Adeptos das políticas dos Estados Unidos – o que inclui o apoio aos interesses de Israel -, os governos de Brasil e Colômbia mostraram entusiasmo e otimismo com a proposta do acordo, enquanto o governo chileno disse apreciar a iniciativa.

Bolsonaro, do Brasil, saudou o acordo e o enxergou como proposta que contempla israelenses e palestinos, embora os palestinos e a imprensa mundial tenham informado que não. Além do elogio, colocou o Brasil à disposição para ajudar no que estiver ao alcance. O mesmo fez o governo colombiano, ao afirmar, por meio de seu Ministério das Relações Exteriores, que “recebe com otimismo os esforços desenvolvidos pelo governo dos Estados Unidos e pelo presidente Donald Trump para buscar uma solução transcendental para construir uma paz permanente no país. Oriente Médio, sob a premissa da coexistência de dois estados ”.

“Vemos que o novo plano e sua discussão podem abrir um caminho que alcançará a estabilidade e o progresso permanente de Israel e da Palestina. A comunidade internacional deve apoiar esses esforços e a Colômbia estará pronta para contribuir com o necessário para que esse processo seja bem-sucedido ”, afirmou a carta do Ministério das Relações Exteriores da Colômbia.

Pressões econômicas e políticas também empurram governos a suavizar suas posições.

O presidente argentino, Alberto Fernández esteve concentrado na visita que fez nesta quinta-feira ao Vaticano, para um encontro de 40 minutos com o Papa Francisco, e a diálogos para passar imagem de moderação, sendo porém substituído no governo pela vice Cristina Kirchner – ex-presidenta considerada hostil a interesses de Israel . As declarações de ambos ainda não incluíram uma opinião sobre o plano. O início do atual mandato de Fernández-Cristina começou estremecido com a diplomacia israelense, que sequer enviou representante para a cerimônica de posse. Desde então, Fernández tem adotado posições menos refratárias às demandas israelenses, incluindo o gesto simbólico de escolher como primeira visita oficial de seu governo o Estado de Israel – ocorrida logo antes da viagem ao Vaticano.

O governo chileno, por sua vez, diz que “aprecia todos os esforços para alcançar a paz em torno do conflito israelense palestino e, nesse sentido, aprecia o gesto dos Estados Unidos na formulação de uma nova proposta de paz”. Mas procurou destacar que caberá aos envolvidos a formulação de uma saída.

A iniciativa dos EUA, de acordo com o Chile, “recorda a necessidade urgente de as partes diretamente envolvidas, por meio de negociação, chegarem a um acordo viável e justo, que responda às aspirações legítimas dos palestinos e israelenses, permita uma coexistência pacífica entre os povos e os povos. conformidade com o direito internacional ”.

Posições fracamente contrárias ao Acordo do Século e manifestações de explícita solidariedade ao povo palestino, foram tomadas pelos governos de Cuba e Venezuela, ambos sob sanções dos Estados Unidos e seus aliados na região.

O ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, foi o primeiro a se manifestar após o anúncio do plano, que ele considerou como “outra violação do direito legítimo do povo palestino à sua soberania e seu desenvolvimento dentro de um estado livre enquadrado nas fronteiras pré-1967, com Jerusalém Oriental como sua capital”.

Rodríguez repudiou o “plano de paz americano tendencioso e enganoso que consagra a ocupação israelense e viola (transgride) o direito inalienável dos palestinos de ter seu próprio Estado nas fronteiras anteriores a 1967, com Jerusalém Oriental como capital e o retorno dos refugiados ”.

O governo do venezuelano Nicolás Maduro manifestou “rejeição categórica da proposta anexacionista e arbitrária apresentada pelo governo dos Estados Unidos chamada ‘Acordo do século’, cujo conteúdo inaceitável viola as normas mais elementares do direito internacional e constitui uma queixa ao povo corajoso da Palestina “.

O plano, de acordo com a declaração, faz um reconhecimento unilateral dos assentamentos ilegais e da anexação arbitrária de territórios. O Ministério das Relações Exteriores da Venezuela diz ser ” claramente, uma proposta desigual, injusta, tendenciosa e ilegal que a opinião pública mundial deu para qualificar como“ a fraude ou roubo do século ”

A nota venezuelana defende um estado palestino dentro das “fronteiras estabelecidas nas resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas, particularmente na resolução 242 do mês. Novembro de 1967, que estabelece Jerusalém Oriental como sua capital.”

As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do autor e não refletem necessariamente a política editorial do Middle East Monitor.

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