Parlamentares internacionais reuniram-se na Malásia na última semana em defesa da cidade de Jerusalém e dos direitos do povo palestino. As informações são da agência Anadolu.
Neste domingo, segundo e último dia da 3ª Conferência da Plataforma Interparlamentar sobre Jerusalém, na capital Kuala Lumpur, os participantes debateram a questão de Jerusalém e o chamado “acordo do século”, proposto pelo Presidente dos Estados Unidos Donald Trump como suposta solução de paz para o Oriente Médio.
Durante sessões regiões – sob título de “Em direção a estratégias efetivas para encerrar a ocupação israelense” – parlamentares turcomanos originários da Turquia, Tajiquistão, Cazaquistão e Quirguistão discursaram sobre a cidade, ponto crítico da região.
Hasan Turan, presidente do Grupo de Amizade Turquia-Palestina, comissão do parlamento turco, afirmou que não apenas a comunidade islâmica, mas toda a humanidade se opõe hoje à discriminação na Palestina.
“Escutei aos discursos de representantes da América Latina na sessão de ontem. Nem mesmo são muçulmanos, mas destacaram, caso necessário, que pegariam em armas pela causa”, relatou Turan.
O chamado “acordo do século”, proposto por Trump, foi anunciado em 28 de janeiro último. Refere-se a Jerusalém como “capital indivisível” de Israel e reconhece a soberania israelense sobre grandes porções da Cisjordânia ocupada, incluindo os assentamentos construídos ilegalmente.
Alpay Antmen, representante do principal partido de oposição da Turquia – Partido Popular Republicano (CHP) – declarou que toda a nação turca apoia a causa palestina à medida que os direitos humanos do povo palestino são violados reiteradamente em Jerusalém.
Neste domingo (9), o Presidente da Turquia Recep Tayyip Erdogan também enviou uma mensagem à conferência. Afirmou: “Não reconhecemos o plano, que significa a anexação de terras palestinas, a destruição plena da Palestina e a tomada absoluta de Jerusalém. Jamais aceitaremos tais esforços, que fingem acolher uma solução de dois estados, mas na realidade legitimam a ocupação israelense sob mandato da administração americana.”
O parlamentar italiano Michele Piras, representante do país europeu na conferência, reiterou: “Jerusalém é, evidentemente, a capital da Palestina, mas também trata-se da capital espiritual do mundo e capital da paz e do diálogo.”
Ao ser questionado pela agência Anadolu sobre o plano americano, Piras acrescentou: “Turquia e Itália podem preparar um plano de paz alternativo para a Palestina a fim de reagir ao suposto ‘plano de paz’ de Trump. Para tanto, devemos garantir que os palestinos obtenham sua verdadeira liberdade, isto é, não apenas cultural, mas também independência econômica.”