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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Grupo britânico desmente que ong palestina de proteção à criança possua laços com terrorismo

Advogados do Reino Unido por Israel [Facebook]

A organização ativista Advogados do Reino Unido por Israel (UKLFI), com foco em atacar ativistas dos direitos humanos palestinos, entrou com acordo em corte e desmentiu suas alegações de que ong de proteção à criança Defesa Internacional da Criança – Palestina (DCIP) possui relações com grupos terroristas.

A decisão ocorreu após acordo judicial assentido pela organização palestina em processo de difamação contra a UKLFI.

Em seu website, o grupo britânico declarou:

“Em 2018, escrevemos sobre a Defesa Internacional da Criança – Palestina e nos referimos a relações entre alguns de seus antigos membros da diretoria e uma organização designada como terrorista, o PFLP [Frente Popular para a Libertação da Palestina]. Gostariámos de esclarecer que não pretendíamos sugerir que a ong possui laços próximos atuais ou fornece qualquer apoio material ou financeiro a qualquer organização terrorista.”

Em comunicado de imprensa emitido pouco após a divulgação do acordo, a ong palestina observou que o grupo britânico tem a DCIP como alvo desde 2018, “por meio de uma campanha bastante orquestrada de desinformação política e de mídia, com o objetivo de isolá-la, em prejuízo grave à sua reputação e integridade como organização de direitos humanos, e impedir possíveis doações humanitárias ou levantamento de recursos.”

Em junho de 2019, representado pelo escritório Bindmans LLP, a organização Defesa Internacional da Criança – Palestina “apresentou processo por calúnia contra a UKLFI em Londres na Suprema Corte de Justiça, por publicações em seu blog online e envio de cartas a doadores institucionais, alegando que o DCIP possui ‘laços’ fortes com um grupo designado terrorista.”

Segundo a ong palestina, o grupo britânico alegou especificamente que as “doações ao DCPI encorajaram e/ou facilitaram atos de terrorismo”, além de “ameaçar denunciar doadores a autoridades relevantes caso não suspendessem o apoio financeiro ao DCIP”.

A organização palestina ainda observou que as ações da UKLFI “ocorrem em um contexto no qual organizações humanitárias e de direitos humanos israelenses, palestinas e internacionais enfrentam cada vez mais obstáculos e menor espaço público em Israel e nos Territórios Palestinos Ocupados [TPOs].”

“Uma rede de organizações da sociedade civil israelense e parceiros globais, com apoio do Ministério de Assuntos Estratégicos e Diplomacia Pública de Israel, liderou campanhas difamatórias organizadas para deslegitimar organizações humanitárias e de direitos humanos na Cisjordânia, Jerusalém Oriental e Faixa de Gaza”, reiterou o DCIP.

“Embora as alegações não tenham fundamento e distorçam elementos jurídicos ou factuais críticos, efetivamente impactaram negativamente a habilidade das organizações de fornecer assistência crítica aos palestinos e advogar em nome dos direitos humanos”, prosseguiu a nota da entidade.

“O DCIP executa seu trabalho em uma situação de conflito armado onde responsáveis por crimes de guerra desfrutam de impunidade sistemática”, declarou Brad Parker, Conselheiro Sênior de Direitos e Políticas da organização.

“Ao invés de exigir que as forças de Israel interrompam o assassinato deliberado e ilegal de crianças na Faixa de Gaza, ou que as autoridades israelenses responsabilizem devidamente os criminosos, forças sociais conservadoras em ascensão no estado israelense e seus parceiros globais buscam silenciar e eliminar o trabalho legítimo de direitos humanos”, denunciou Parker.

Em fevereiro, Israel lançou um ataque contra a DCIP devido a um convite feito pela Bélgica para que a ong participasse de reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Em sua página do Twitter, o Embaixador de Israel à Bélgica e Luxemburgo, Emmanuel Nahshon, alegou que as autoridades belgas “escolheram convidar apoiadores do terrorismo a um debate no Conselho de Segurança”, e reiterou: “É algo extremamente decepcionante e expressaremos nossa indignação nos termos mais contundentes possíveis.”

Dias depois, Parker “recebeu um telefonema pela manhã para informá-lo de que Bruxelas havia decidido alterar o evento no Conselho de Segurança de encontro aberto para portas fechadas”, revogando, portanto, sua participação.

Ainda no último mês, a UKLFI também teve de publicar uma declaração do Fundo de Desenvolvimento e Auxílio Palestino – Interpal, após alegações feitas pelo grupo sionista contra a ong e seu conselho.

“A DCIP apresentou processo por calúnia contra a organização Advogados do Reino Unido por Israel nas Cortes Reais de Justiça, referente às falsas alegações de que a ong palestina possua laços próximos atuais ou forneça apoio material a grupos terroristas”, afirmou Tamsin Allen, advogado da DCIP na Bindmans LLP. “Estamos contentes em confirmar que o caso chegou a um acordo nos primeiros estágios; a UKLFI confirmou que não pretendia fazer tais alegações e publicou declaração para este efeito.”

Entretanto, após a declaração determinada por ordem judicial, a organização UKLFI voltou a atacar a DCIP, contestando as versões do fato apresentadas pelo grupo palestino.

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