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Prisioneiros palestinos acusam Israel de não impedir a propagação do coronavírus

Prisioneiros palestinos na penitenciária israelense de Al Naqab, em 15 de janeiro de 2020 [Palinfo]

Palestinos e ativistas acusaram a administração penitenciária de Israel de não assumir medidas apropriadas para prevenir o contágio do coronavírus e tratar os doentes; pelo contrário, utilizam a possibilidade da doença para preservar abusos sistemáticos contra prisioneiros palestinos. As informações são da agência de notícias Wafa.

Receios da propagação do coronavírus nas cadeias israelenses, onde estão detidos milhares de palestinos, ganharam corpo após relatos de um detento na cadeia de Ashkelon ser removido como precaução após examinado por um médico israelense, que levantou suspeita de Covid-19.

Enquanto isso, fontes de imprensa palestinas e israelenses reportaram casos suspeitos do vírus em duas outras prisões: Ramleh, na porção central do território ocupado por Israel, e Moscobiya, em Jerusalém.

Autoridades prisionais de Israel impuseram ainda mais restrições aos presos palestinos, ao cancelar acordos previamente acordados, como denunciou a Sociedade de Prisioneiros Palestinos.

Em declaração, a organização alegou que os refeitórios das prisões pararam de fornecer aos prisioneiros um total de 140 produtos básicos, incluindo produtos de limpeza que representam necessidade fundamental diante da pandemia – em particular, no que se refere a cela superlotadas que já carecem de padrões básicos de cuidado e saúde.

A organização alertou que a superlotação nas prisões israelenses será um dos fatores essenciais para o avanço do coronavírus entre prisioneiros palestinos.

Como ato de protesto contra a negligência da administração prisional de Israel, prisioneiros palestinos rejeitaram refeições nesta quarta-feira (18) e anunciaram isolamento a ser realizado no próximo sábado e domingo.

Além disso, o serviço penitenciário israelense limitou as consultas médicas de presos doentes e feridos, ao impedir ou cancelar todos os exames médicos de rotina, apesar de muitos detidos sofrerem de febre alta, sintoma marcante do coronavírus.

Segundo autoridades palestinas, há aproximadamente 1.200 prisioneiros em necessidade de tratamento que sofrem com flagrante negligência médica por parte do serviço penitenciário israelense. Cerca de 700 prisioneiros precisam de cirurgia urgente e 24 são pacientes com câncer.

Estima-se também que 90 por cento dos prisioneiros adoeceram enquanto estavam na prisão, devido às condições precárias e à negligência, que causou ou agravou condições de saúde.

A Sociedade de Prisioneiros Palestinos reiterou seu apelo para que todas as organizações internacionais – em particular, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha – demonstrem maior atenção aos palestinos detidos e pressionem o Serviço Penitenciário de Israel a fornecê-los medidas apropriadas para prevenção do vírus.

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