O regime sírio e seus aliados mataram centenas de civis em Idlib, noroeste da Síria, apenas no período entre os dois recentes acordos de cessar-fogo, entre 12 de janeiro e 6 de março deste ano, assinados respectivamente em Ancara e Moscou, segundo grupos de monitoramento de direitos humanos da região. As informações são da Agência Anadolu.
A Rede Síria para Direitos Humanos (SNHR) relatou que a agressão conduzida por forças do regime do Presidente Bashar al-Assad, com apoio de grupos terroristas estrangeiros ligados ao Irã e artilharia russa, resultou em 387 mortes civis.
Forças do regime são responsáveis por 174 civis mortos; ataques da Rússia resultaram em 213 mortes. Dentre as vítimas, 104 eram crianças e 62 mulheres.
Turquia e Rússia concordaram com um cessar-fogo em 12 de janeiro deste ano. Entretanto, o regime de Assad e seus aliados desafiaram o armistício e mantiveram uma onda incessante de ataques sobre a província síria.
Em seguida, os presidentes da Rússia e Turquia voltaram a reunir-se em Moscou, em 5 de março, para chegar a um novo acordo posto em ação a partir do dia seguinte. Embora partes do acordo mantenham-se vigentes, forças do regime voltaram a violá-lo em diversos pontos.
Após negociações em Astana em 2017, Turquia, Rússia e Irã concordaram em transformar Idlib e outras três regiões sírias em “zonas de desescalada”, onde atos de agressão são expressamente proibidos.
Entretanto, forças militares de Assad e grupos terroristas estrangeiros ligados ao Irã capturaram três destas regiões com apoio aéreo da Rússia. Idlib tornou-se o próximo alvo.
Forças do regime intensificaram seu avanço militar em setembro de 2018, o que pavimentou o caminho para o chamado acordo de Sochi, assinado entre Turquia e Rússia, no mesmo mês.
Mais tarde, em maio de 2019, o regime sírio – após suspender brevemente as agressões – lançou uma nova ofensiva militar para capturar as regiões sul e sudeste de Idlib, áreas rurais ao norte e leste de Hama e diversos povoados ao sul e oeste da zona rural de Aleppo.
Desde o acordo de Sochi, o regime e seus aliados mataram mais de 1.800 civis. Seus ataques resultaram em quase dois milhões de pessoas deslocadas desde o início de 2019.
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