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Estados Unidos renova isenção a empresas russas e chinesas sobre sanções ao Irã

Usina Nuclear de Bushehr, no Irã, em 10 de novembro de 2019 [Fatemeh Bahrami/Agência Anadolu]

Os Estados Unidos declararam manter a autorização para que empresas russas, chinesas e europeias continuem operando em usinas nucleares iranianas, ao renovar isenção garantida a tais companhias diante das sanções impostas ao Irã.

O Departamento de Estado dos Estados Unidos anunciou que as exonerações foram renovadas por 60 dias.

“Conforme disse o Presidente Donald Trump mais cedo neste ano, o Irã jamais terá permissão de ter uma arma nuclear”, afirmou Morgan Ortagus, porta-voz do departamento, reiterando que Washington continuará a “monitorar de perto todos os avanços no programa nuclear do Irã e poderá ajustar tais restrições a qualquer momento.”

Segundo a agência Reuters, fontes oficiais relataram que a decisão de renovar as exonerações às sanções que proíbem empresas não-americanas de estabelecer negócios com a Organização de Energia Atômica do Irã estava prevista para segunda-feira (30).

Ortagus destacou que a medida recebeu oposição do Secretário de Estado americano Mike Pompeo, mas foi aprovada mais tarde após o Secretário do Tesouro Steven Mnuchin afirmar que a decisão atenuaria críticas postas sobre Washington em relação às sanções.

A política americana sobre Teerã enfrenta críticas cada vez mais contundentes de opositores e autoridades iranianas que alegam que as sanções comprometem os esforços do país islâmico para conter a pandemia de coronavírus.

O Irã, um dos países mais afetados pela doença, registrou até então 44.000 casos de coronavírus e 2.898 mortes.

Na última quinta-feira (26), o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos declarou sanções a quinze indivíduos e cinco companhias por supostas relações com a Guarda Revolucionária do Irã e as Forças al-Quds, unidade de elite iraniana para atividades paramilitares e de espionagem no exterior.

O Departamento do Tesouro reiterou que as empresas em questão transferiam assistência letal a milícias filiadas ao Irã no Oriente Médio, ao contrabandear armas ao Iraque e Iêmen e vender petróleo iraniano ao governo sírio, entre outras atividades.

Em 8 de maio de 2018, Washington revogou unilateralmente o acordo nuclear assinado com o Irã em 2015 e restabeleceu sanções severas ao Irã. Sob o acordo de 2015 assinado entre Irã e seis potências estrangeiras – Reino Unido, França, Alemanha, Rússia, China e Estados Unidos –, o governo em Teerã concordou em limitar seu programa nuclear em troca da suspensão das sanções que tanto deterioraram sua economia.

Como parte de sua campanha de “pressão máxima”, os Estados Unidos não apenas repuseram sanções mas também as intensificou para tentar forçar o Irã a suspender atividades nucleares, militares e regionais.

Entretanto, as isenções postas às sanções americanas permitirão a continuidade de trabalhos de não-proliferação nas usinas nucleares de Arak e Bushehr, no reator de pesquisas de Teerã e outras instalações.

O governo de Donald Trump mantém posição firme contra o Irã, ao alegar que as isenções tornam o programa nuclear iraniano “menos capaz de produzir armas”.

LEIA: Defesa do Irã promete aumento da capacidade destrutiva dos mísseis

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