Portuguese / English

Middle East Near You

Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Ministro britânico é criticado por elogiar apenas a contribuição judaica no combate ao coronavírus

Chanceler do Ducado de Lancaster Michael Gove em Londres, Reino Unido, 13 de fevereiro de 2020 [Kate Green/Agência Anadolu]

Michael Gove, Chanceler do Ducado de Lancaster, está enfrentando críticas após elogiar a contribuição judaica no combate ao coronavírus, mas deixar de reconhecer esforços das comunidades islâmicas e de outras religiões para conter a doença.

Durante evento virtual de celebração do Shabat (sábado) judaico realizado na sexta-feira (3), Gove falou a membros de cinquenta congregações judaicas de todo o Reino Unido.

O ministro do gabinete britânico chamou a comunidade judaica de “luz que brilha no escuro” e agradeceu seus correspondentes “pela solidariedade que demonstraram e pelos valores que sua comunidade faz de exemplo”.

Prosseguiu Gove: “Quero agradecer em particular os membros da comunidade judaica por tudo que estão fazendo nestes tempos difíceis … e também agradecer os membros da comunidade judaica do Reino Unido que servem na linha de frente de nosso Serviço Nacional de Saúde [NHS] e que tanto fazem para nos ajudar a reagir ao vírus.”

Apenas algumas horas antes do pronunciamento de Gove, a rede de notícias Al Jazeera reportou que Areema Nasreen, cidadã britânica muçulmana de origem paquistanesa, havia se tornado uma das primeiras enfermeiras no Reino Unido a morrer após contrair o novo coronavírus enquanto trabalhava no combate à doença.

LEIA: Turquia, Alemanha, França e Reino Unido ‘reúnem-se’ online diante do surto de coronavírus

Ainda na última semana, redes de notícias britânicas relataram que os primeiros quatro médicos britânicos a morrer devido ao coronavírus enquanto trabalhavam para combatê-lo possuíam ascendência islâmica. Adil El-Tayar, Habib Zaidi, Amged El-Haweani e Alfa Sa’adu tinham origem em regiões da África, Ásia e Oriente Médio.

Sobre as mortes dos profissionais de saúde, o Secretário da Saúde do Reino Unido Matt Hancock afirmou: “Muitos dos profissionais do NHS que morreram eram pessoas que vieram a este país para fazer a diferença; assim fizeram, deram suas vidas em sacrifício e os saudamos por isso.”

Não são apenas membros da comunidade islâmica que estão envolvidos na luta do sistema de saúde público britânico contra o coronavírus. Famílias de refugiados sírios em Dorset, ao sul do Reino Unido, estiveram entre os primeiros voluntários registrados em um programa comunitário para auxiliar residentes idosos.

O jornal Dorset Echo mencionou um dos voluntários, de nome Walid, que afirmou: “Posso ajudar ao entregar comida e outros bens essenciais a residentes vulneráveis da minha região. Acredito fortemente na responsabilidade dos cidadãos em ajudar uns aos outros nos momentos de crise.”

Segundo a rede de notícias The Jewish Chronicle, o Primeiro-Ministro Boris Johnson estava entre os nomes esperados para discursar no evento, mas sua participação foi cancelada após seu quadro de coronavírus agravar-se, forçando-o a manter o auto-isolamento e reduzir ao mínimo seus compromissos públicos.

LEIA: Reino Unido deve encaminhar recursos para dar apoio a vítimas da guerra na Síria

Categorias
CoronavírusEuropa & RússiaNotíciaOriente MédioReino Unido
Show Comments
Palestina: quatro mil anos de história
Show Comments