Forças leais ao general renegado Khalifa Haftar atacaram diversos depósitos de remédios na área de Sawani, ao sul de Trípoli, capital da Líbia, conforme relatos divulgados ontem (12) pelo Governo de União Nacional, reconhecido internacionalmente.
Em declaração, o Governo de União Nacional afirmou que os bombardeios tiveram como alvo farmácias pertencentes ao Hospital Al-Khadra, que contêm suprimentos e equipamentos médicos utilizados para tratar pacientes com coronavírus.
Na quinta-feira (9), o Ministério da Saúde da Líbia suspendeu as operações em Al-Khadra, após três ataques consecutivos em 72 horas, executados por milícias de Haftar. Segundo relatos, os ataques destruíram a farmácia do hospital e salas de cirurgia.
Operações em Al-Khadra foram retomadas na sexta-feira (10) para pacientes com coronavírus, segundo fontes locais.
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General Khalifa Haftar tenta dominar a Líbia – cartum [Sabaaneh/Monitor do Oriente Médio]
Observadores afirmam que as milícias de Haftar buscam atualmente pressionar as forças do Governo de União Nacional – em avanço constante sobre diversas áreas de Trípoli – ao atacar diretamente o setor de infraestrutura da cidade.
Desde a deposição do ditador Muammar Gaddafi, em 2011, dois centros de poder emergiram na Líbia: Haftar, na porção oriental do país, apoiado por Egito e Emirados Árabes Unidos, e o Governo de União Nacional, na capital Trípoli, que desfruta de reconhecimento da ONU e da comunidade internacional.
O Governo de União Nacional está sob ataque das forças de Haftar desde abril de 2019, com mais de mil mortos pela violência até então.
Em março, o Secretário-Geral da ONU António Guterres fez um apelo por “cessar-fogo imediato em todos os conflitos ocorrendo no mundo, enquanto devotamos esforços globais na prevenção ao contágio do covid-19.”
“É hora de suspender os conflitos armados e nos concentrarmos juntos na verdadeira luta de nossas vidas”, declarou Guterres. “O mundo enfrenta um inimigo em comum – o covid-19, que não discrimina entre nacionalidade ou etnia, facção ou fé”.
Embora as partes em conflito na Líbia tenham acolhido os apelos da ONU, as hostilidades não somente prevaleceram, como se intensificaram nas últimas semanas.
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