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Retiradas em dólar no Líbano são bloqueadas à medida em que a lira entra em queda livre

Manifestantes libaneses se reúnem em frente ao prédio do banco central em Beirute em meio a uma crise econômica em 23 de abril de 2020 [Anwar Amro/ AFP/ Getty Images]

Na noite passada, dezenas de manifestantes quebraram as ordens de bloqueio de coronavírus para protestar em frente ao Banco Central do Líbano em Beirute, depois que a moeda do país, a Lira, entrou em queda livre.

Oficialmente, a taxa de câmbio lira-dólar ainda está atrelada a 1,5 lira em relação ao dólar americano. Ontem, no entanto, a taxa de câmbio em algumas lojas subiu de mais de 3,6 liras para cada dólar, atingindo uma alta histórica.

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O site de monitoramento de taxas lebaneselira.org observou que “não havia uma taxa de câmbio clara da lira libanesa devido à extrema volatilidade do mercado resultante das circulares recentes do [Banco Central] que reduziram significativamente o dólar americano em circulação no Líbano”.

Multidões haviam se alinhado em frente aos escritórios de transferência de dinheiro no início do dia, tentando sacar dólares, no último dia antes da circular do Banco Central, exigindo que todas as transferências fossem retiradas em liras libanesas, em vez de dólares, independentemente da moeda enviada, efeito.

Até agora, o dinheiro novo enviado de fora do Líbano poderia ser retirado em dólares. A partir de hoje, todas as transferências devem ser retiradas na moeda local à “taxa de mercado”, de acordo com a circular.

A “taxa de mercado” será determinada pelos próprios bancos, com os depositantes com contas em dólares nos bancos libaneses recebendo moeda local, dentro dos limites de retirada da organização, a essa taxa.

O coronavírus está afetando a economia mundial – Cartum [Sabaaneh / Monitor do Oriente Médio]

A decisão de não permitir que as transferências de dinheiro sejam retiradas em dólares provocou uma corrida em alguns escritórios de transferência de dinheiro ontem. Vídeos circularam nas mídias sociais mostrando multidões desobedecendo ordens de bloqueio fora dos escritórios da Western Union e Money Gram, tentando receber transferências estrangeiras em dólares.

Os protestos começaram ao meio-dia em toda a capital libanesa devido às terríveis condições econômicas e de vida. Os manifestantes foram ouvidos cantando “não nos importamos com o corona, Riad Salameh é o corona”, de acordo com um relatório da Al Arabiya.Riad Salameh é o governador do Banco Central do Líbano – um cargo que ocupa desde 1993 – e foi criticado por lidar com a situação econômica.

O governo também enfrentou críticas por não conter o colapso da Lira ou aliviar o estresse econômico causado pelo bloqueio relacionado à pandemia.

Um programa de assistência em dinheiro, que prometia uma distribuição única de 400 mil liras (aproximadamente US$ 130) para os mais necessitados, nunca se materializou, deixando centenas de milhares de pessoas passando fome.

Um ativista que participou dos protestos da noite passada disse ao Al Arabiya: “Percebemos que estamos vivendo no tempo de uma pandemia, mas a fome é muito pior que o coronavírus”.

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