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O que dizia Khashoggi sobre o ativista saudita Abdullah al-Hamid, falecido nesta sexta?

Acadêmico e ativista saudita Abdullah al-Hamid [Twitter]

Ativistas compartilharam nas redes sociais uma entrevista televisionada do jornalista Jamal Khashoggi, na qual reiterou a importância do renomado ativista e “especialista constitucional” saudita Abdullah al-Hamid, que faleceu na prisão, nesta sexta-feira (24). As informações são da agência Anadolu.

Fontes de direitos humanos confirmaram a morte de al-Hamid aos 69 anos de idade, detido em uma das severas prisões da Arábia Saudita. Segundo relatos, a morte do acadêmico saudita decorreu de deliberada negligência médica.

Autoridades saudita não comentaram imediatamente o caso, mas Riad cotidianamente nega as acusações de negligência médica em suas penitenciárias, ao contestar tanto críticas em âmbito doméstico quanto internacionais.

Jamal Khashoggi, escritor e jornalista saudita para o jornal americano The Washington Post, foi assassinado em 2 de outubro de 2018, dentro do consulado saudita em Istambul, Turquia. Khashoggi era crítico da monarquia. Indícios apontam para envolvimento do príncipe herdeiro e governante de fato Mohammed bin Salman em seu assassinato.

Na entrevista, Khashoggi argumenta que um movimento para estabelecer uma monarquia constitucional na Arábia Saudita emergiu mesmo antes dos levantes da chamada Primavera Árabe, a partir de 2011.

Khashoggi afirmou que figuras de destaque neste movimento liderado por al-Hamid foram presas ou submetidas a severas restrições de viagem e reiterou tratar-se de um movimento “bastante avançado; é hora dos sauditas o descobrirem.” Khashoggi então recomendou aos sauditas que lessem um livro de al-Hamid sobre “inovação constitucional”.

“A coisa mais bonita deste movimento é que sua inovação não é um pensamento importado do Ocidente. Tem raízes puramente no solo islâmico salafita saudita, escrito por um legítimo cidadão saudita”, declarou Khashoggi. “[Al-Hamid] é um intelectual bastante instruído com uma base islâmica sólida, porém não restrita.”

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Al-Hamid foi fundador da Associação de Direitos Políticos e Civis da Arábia Saudita, um dos mais proeminentes grupos em defesa de reformas institucionais no país. O acadêmico saudita foi preso em março de 2013 e condenado a onze anos de prisão.

A Organização de Direitos Humanos da Arábia Saudita, de caráter não-governamental, que opera do exterior, denuncia que as autoridades não acusaram al-Hamid de qualquer crime na ocasião de sua prisão.

A entidade relatou em declarações anteriores que a saúde de al-Hamid estava se deteriorando há mais de três meses. Segundo a organização humanitária, as autoridades “não aceitaram sua soltura, a despeito da idade.”

Um ano após a morte de Khashoggi e o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman não tem nada com o que se preocupar [Sabaaneh/Monitor do Oriente Médio]

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