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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Relembrando a Nakba

Palestinos fogem de suas casas durante a Nakba de 1948 - 'a grande catástrofe' [Foto de arquivo]

Setenta e dois  anos atrás, o estado de Israel nasceu após a expulsão de centenas de milhares de palestinos pelas forças israelenses.

O que: Nakba Palestina (catástrofe)

Quando: 15 de maio de 1948

Onde: Palestina

O que aconteceu?

Em 14 de maio de 1948, David Ben-Gurion, chefe executivo da Organização Sionista Mundial, declarou o estabelecimento do Estado de Israel. Os israelenses marcam o evento como seu “Dia da Independência”. Desde então, 15 de maio é lembrado internacionalmente como o Dia da Nakba.

A data relembra o deslocamento forçado de mais da metade da população palestina; 750 mil palestinos foram expulsos de suas casas e acabaram em campos de refugiados. A catástrofe se tornaria a mais longa crise de refugiados na era moderna.

Mais de 1 milhão de palestinos foram deslocados em 1948

O dia também é marcado nas comunidades palestinas de todo o mundo, em lembrança do fim brutal de três décadas de luta pela autodeterminação na histórica Palestina. Seu direito ao autogoverno foi negado primeiro pelos britânicos e depois anulado por um novo estado israelense. Subscrevendo a ideologia sionista, o Estado de Israel, com reivindicações de terras exclusivas para o povo judeu, se opôs ideologicamente a acomodar a grande maioria dos habitantes da Palestina.

Além das centenas de milhares de palestinos que foram forçados ao exílio, mais de 600 vilas e cidades palestinas foram arrasadas, em um esforço para garantir que os palestinos nunca mais voltassem para suas casas.

O que aconteceu depois?

Quase um milhão de palestinos foram deslocados. Alguns foram submetidos à miséria sob um regime militar no novo Estado de Israel e impedidos de voltar para suas casas, mesmo quando o domínio militar foi suspenso 20 anos depois, continuando a enfrentar extrema discriminação.

A grande maioria foi empurrada à Gaza, à Cisjordânia e aos países árabes vizinhos. Eles viveram em tendas por anos à mercê da comunidade internacional. A ONU mobilizou ajuda humanitária para os refugiados palestinos, criando no processo a Agência das Nações Unidas para os Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA). Foi aprovada a Resolução 194, que pedia a Israel que permitisse aos palestinos retornar às suas casas e compensasse as centenas de milhares de refugiados por suas perdas. Israel também não respeitou.

Em 2018, os palestinos de Gaza deram início à Grande Marcha do Retorno, que se constituiu em caminhadas semanais até a cerca de separação com Israel e que, desde então, resultou em mais de 200 palestinos mortos e oito mil feridos.

No início de 2020, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, lançou o chamado Acordo do Século que propõe a ampliação da ocupação, com a entrega de mais terras palestinas a Israel.

O governo formado em abril pelo acordo entre o partido Likud e a coalizão Azul e Branca, promete anexação de mais áreas da Cisjordânia, onde estão assentamentos ilegais, e Vale do Jordão.

Setenta e dois anos depois da Nakba, os palestinos parecem passar de um ciclo de opressão a outro. Eles permanecem apátridas e a grande maioria continua sofrendo sob uma ocupação israelense brutal.

As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do autor e não refletem necessariamente a política editorial do Middle East Monitor.

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