Centenas de ativistas e jornalistas iraquianos lançaram uma nova campanha nas redes sociais em apelo para revelar o destino de dezenas de milhares de pessoas desaparecidas à força.
Os ativistas lançaram a hashtag em árabe “Onde estão eles?”, reivindicando que se revele o destino dos iraquianos sequestrados e desaparecidos por diversos partidos e organizações nas últimas décadas.
Em maio, o novo Primeiro-Ministro do Iraque Mustafa Al-Kadhimi ordenou a divulgação pública do destino e localização de milhares de homens e meninos desaparecidos à força durante a guerra com o Daesh (Estado Islâmico).
Na história recente, a primeira onda de iraquianos desaparecidos consiste de indivíduos abduzidos após forças dos Estados Unidos ocuparem o Iraque, em 2003, e a guerra sectária que varreu todo o país, em 2005.
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A segunda onda compreende indivíduos sequestrado depois do Daesh ocupar grandes porções do estado do Golfo, em 2014, e após forças do governo recapturarem o território, em 2017.
A terceira onda é representada por manifestantes contrários ao governo que foram detidos pelas autoridades desde outubro de 2019, quando protestos populares tomaram as ruas do país.
Não há estimativas oficiais sobre o número de desaparecidos no Iraque. Entretanto, em setembro de 2019, o Observatório de Direitos Humanos do Iraque relatou que há aproximadamente 25.000 iraquianos desaparecidos nas províncias de Nínive, Saladin e Ambar.