A presidente democrata da Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi, entrou no debate sobre a anexação da Cisjordânia, planejada por Israel, com um forte aviso ao Estado sionista de que está minando dois dos pilares fundamentais do antigo apoio de Washington a Tel Aviv: O interesse em segurança nacional dos EUA e o apoio bipartidário.
Ambos estão sendo comprometidos, disse Pelosi em um webinar promovido pelo Conselho Democrático Judeu da América (JDCA). Falando ao grupo judeu americanopró-Israel, Pelosi, que representa o 12º distrito congressional da Califórnia, disse: “A anexação unilateral coloca o futuro em risco e prejudica os interesses de segurança nacional dos EUA”.
Depois de repetir que a ameaça de a anexação planejada por Israel é ilegal sob a lei internacional, Pelosi disse que ela “mina interesses de segurança nacional” dos EUA,”e décadas de política bipartidária”.
Pelosi também refutou o “plano de paz” do presidente dos EUA, Donald Trump, dizendo que “não tem nada em comum com a palavra paz ou plano”. O acordo, que os críticos dizem que concede a todas as demandas israelenses às custas dos direitos palestinos estabelecidos há muito tempo, tornou-se um importante ponto de discórdia.
LEIA: Líder de colonos de Israel diz que Trump não é amigo de Israel
Embora a condenação do plano de Israel de conquistar mais território palestino tenha sido recebida com condenação universal, ninguém o havia alertado de maneira tão severa. O apoio inflexível da América a Israel, que às vezes parece inexplicável para os críticos, é resultado de um interesse vital em segurança entre os dois países.
O candidato presidencial democrata às eleições de 2020, Joe Biden, ecoou isso em um discurso no Congresso, onde ele disse: “Se não houvesse um Israel, teríamos que inventar um para garantir que nossos interesses fossem preservados”.
O aviso de Pelosi de que uma anexação adicional comprometerá o apoio bipartidário também deve preocupar muitos no campo pró-Israel que vêem o apoio dos dois principais partidos nos EUA como sendo vital para o interesse israelense. Os democratas, em particular, mostraram que estão dispostos a se distanciar de Israel e romper o consenso mantido por décadas no Capitólio.