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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Brasil nunca acabou com o racismo e a escravidão

Manifestante no ato antifacista na Avenida Paulista, em 31 de maio de 2020. ([Pam Santos @soupamsantos/ Ciranda.net]
Manifestante no ato antifacista na Avenida Paulista, em 31 de maio de 2020. ([Pam Santos @soupamsantos/ Ciranda.net]

O Brasil oi o último país do mundo a abolir a escravidão de uma população  quase 5 milhões de pessoas trazidas da África, conforme dados de 1888.

No Brasil, os negros compõem hoje mais da metade da população, de acordo com estatísticas do DNA Africa Project Center.

Quase 130 anos depois, o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, ainda carrega o mesmo vírus racista em relação aos negros, como ele próprio demonstrou ao responder uma pergunta do público em um programa da TV Band em 2011 O então deputado disse que seus filhos não corriam o risco de namorar uma mulher negra ou virarem gays, porque “foram muito bem educados”

Bolsonaro apoia governantes que também demonstram seu racismo. Mesmo estando alguns milhares de quilômetros distante de Israel,  o  brasileiro apoia Benjamin Netanyahu, com seus assentamentos ilegais e planos de anexação de terras palestinas ao estado de ocupação sionista. É amigo de Donald Trump, que sempre fez  declarações polêmicas semelhhantes. Mais recentemente e como parte de sua campanha para desfazer tudo o que seu antecessor fez, Trump incentivou os parlamentares a retirar a proteção contra deportação que Barack Obama deu a quase um milhão de jovens imigrantes africanos.

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Em 2018, durante entrevista a jornalistas no programa Roda Viva, da TV Cultura, o ainda candidato Bolsonaro  perguntou: “Que dívida histórica é essa que temos com os negros? Eu nunca escravizei ninguém na minha vida” “, e acrescentou ““O português nem pisava na África. Foram os próprios negros que entregavam os escravos”, disse Bolsonaro  ”

Assim como o presidente brasileiro, também o policial que matou George Floyd, o presidente americano, o sionista que matou a sangue frio o deficiente Iyad al-Hallaq, e Netanahu, são todos imagem da mesma moeda, da crença na superioridade da raça branca sobre os negros.

As ações do estado brasileiro sempre foram violentas em relação aos negros, mas o atual presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, também é um extremista de tendências racistas. É de 2017 outra declaração racista de sua visita a um quilombo em Eldorado Paulista. ” O afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Não fazem nada! Acho que nem paa procriadores servem mais” ” (Discurso feito no Clube Hebraica, Rio de Janeiro, 3 de abril de 2017).

A população negra no Brasil e no mundo como um todo é a parte que mais sofre  violência, salários baixos e crimes étnicos. De acordo com um estudo sobre violência publicado em maio passado, os assassinatos de mulheres brancas caíram 105 entre 2003 e 2013, Enquanto o número aumentou 54% entre as mulheres negras “.

Protesto atifascista em São Paulo, em 31 de maio de 2020. ([Pam Santos @soupamsantos/ Ciranda.net]

Protesto atifascista em São Paulo, em 31 de maio de 2020. ([Pam Santos @soupamsantos/ Ciranda.net]

Enquanto as mulheres negras recebem 75% menos que os homens brancos no mesmo trabalho, com o mesmo esforço e carga horária. Da mesma forma, o número de mortos por balas vivas entre negros aumentou 14% entre 2003 e 2013, enquanto o número diminuiu 23% entre brancos, no mesmo período. Além disso, jogadores de futebol negros se tornaram vítimas de atos racistas em campo.

Não devemos esquecer  que Bolsonaro mudou a posição brasileira em relação aos países vizinhos e ao Oriente Médio. Na Venezuela, apoiou a tentativa de golpe contra o presidente eleito Nicholas Maduro . Na Bolívia, apoiou o golpe contra o presidente Evo Morales.  No Oriente Médio, apoia a  política da ocupação racista israelense, que derruba casas e planeja anexar as  terras da Cisjordânia e  prometeu mudar a embaixada de seu país em Israel, de Tel Aviv para Jerusalém,  para seguir o presidente americano. O Brasil mudou muito durante a era Bolsonaro, infelizmente para pior,

Em 2018, Marielle Franco, vereadora negra no Rio de Janeiro, foi assassinada por milícias em um crime político de execução. Os mandantes não foram identificados pela polícia. Crimes contra negros e feminicídios acontecem repetidamente no Brasil, e o caso de Marielle envolve moradores do mesmo condomínio em que vive o presidente do país.

Marielle Franco, executada por milícias em um crime político em março de 2018 no Rio de Janeiro [Foto:Carlos Fofinho/Geledés].

Marielle Franco, executada por milícias em um crime político em março de 2018 no Rio de Janeiro [Foto:Carlos Fofinho/Geledés]

Portanto, muitas marchas e protestos ocorreram neste início de junho, contra o racismo e o fascismo, contra Bolsonaro e em solidariedade às lutas do povo negro nos Estados Unidos da América e suas manifestações após o assassinato de Floyd.

O extremismo aumenta no mundo ocidental, e então encontramos Trump  denunciando os negros que vieram do Haiti  e impedindo que pessoas de um grupo de países do Oriente Médio e África entrem em seu país em uma decisão repugnante.

Bolsonaro, por sua vez, se diz o grande amigo de Trump, e ambos amam a agressão e incentivam o racismo.

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As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do autor e não refletem necessariamente a política editorial do Middle East Monitor.

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