Autoridades de Israel estenderam a detenção do ativista do movimento de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS) Mahmoud Nawajaa, por ao menos oito dias, no último fim de semana, reportou a agência de notícias Wafa.
O coordenador-geral do Comitê Nacional Palestino de BDS, de 33 anos, foi preso em sua casa, na aldeia de Abu Qash, perto de Ramallah, Cisjordânia ocupada, em julho último, em torno das três horas da manhã, segundo testemunho de sua esposa Ruba Alayan.
Apesar dos apelos da Anistia Internacional pela soltura imediata e incondicional de Nawajaa, sua detenção foi estendida pela primeira vez na última semana e agora novamente. O ativista permanece aprisionado no centro de interrogatórios de Al-Jalameh, perto de Haifa, sem qualquer acusação formal.
Desde sua prisão, Nawajaa não pôde exercer o direito de ver seu advogado, indicado pela organização de direitos humanos Addameer.
A nota da Anistia Internacional reivindicou por maiores pressões a Israel para que liberte Nawajaa, ao argumentar que a ocupação interpreta a falta de “ação concreta” da comunidade internacional como “luz verde” para avançar com suas políticas ilegais, incluindo a perseguição a ativistas de direitos humanos palestinos.
Afirmou a organização: “Autoridades israelenses devem libertar o ativista de direitos humanos palestino e coordenador do BDS nos territórios palestinos ocupados, Mahmoud Nawajaa, imediata e incondicionalmente. Nawajaa foi detido somente por exercer seus direitos de liberdade de expressão e associação. Portanto, é preso político.”
Estabelecido em 2005, o movimento de BDS busca aplicar pressão econômica a Israel, diante de suas violações contra direitos fundamentais do povo palestino. Em campanha sistemática, o governo israelense busca desacreditar ativamente as táticas legítimas do movimento.
A longo dos anos, autoridades israelenses implementaram cada vez mais esforços para combater o BDS, ao aprovar uma série de leis que criminalizam os pedidos por boicote a Israel e suas empresas.
Stephanie Adam, coordenadora da Campanha Palestina por Boicote Acadêmico e Cultural a Israel, declarou: “Esta nova extensão da prisão ilegal de Mahmoud, pela corte militar israelense, notória por sua taxa de 100% de condenação contra palestinos, prova mais uma vez que apenas a pressão internacional, junto da luta popular interna, pode ajudar os palestinos a alcançar sua liberdade diante do apartheid e do sistema colonial israelense.”
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