Portuguese / English

Middle East Near You

Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Israel quer censurar filme que documenta seus crimes em Jenin

Forças israelenses podem ser vistas prendendo uma criança palestina [Taimoor Ul Haq/Facebook]
Forças israelenses podem ser vistas prendendo uma criança palestina [Taimoor Ul Haq/Facebook]

Um comitê do Knesset reivindicou a proibição do filme “Jenin, Jenin”, que documenta o cerco israelense sobre a cidade palestina de Jenin, na Cisjordânia ocupada, em 2002, e os crimes cometidos contra seus habitantes, reportou ontem (27) a rede Quds Press.

O Comitê de Segurança e Política Internacional do parlamento israelense submeteu uma proposta de resolução ao Procurador-Geral de Israel Avichai Mandelblit, reivindicando a censura do filme.

O documentário foi produzido pelo cineasta palestino-israelense Mohammad Bakeri e registra os crimes israelenses durante a invasão da cidade palestina, via relatos de testemunhas em primeira pessoa.

A comissão do Knesset alegou que o filme distorce a imagem dos soldados israelenses e exigiu que não seja divulgado ou exibido.

O documentário despertou uma série de impasses jurídicos desde seu lançamento, há 18 anos.

LEIA: Milhares de oliveiras palestinas foram danificadas e incendiadas por colonos, alerta ONU

Em 2003, o conselho de classificação de peças audiovisuais de Israel alegou que o filme tratava-se de “representação distorcida dos eventos, disfarçada de verdade democrática, a fim de ludibriar o público”.

O conselho audiovisual israelense julgou a peça como “propaganda parcial” e declarou que o público seria levado a crer equivocadamente que soldados israelenses cometeram crimes de guerra na ocasião.

O diretor contestou a classificação, ao afirmar: “É uma verdadeira vergonha, pois demonstra que a democracia em Israel não é reservada a todos os seus cidadãos … Trata-se de claro artifício político. O Likud não quer que as pessoas vejam o filme”.

A Suprema Corte de Israel argumentou, porém, que a decisão do conselho de classificação audiovisual israelense refletiu um “ataque exagerado à liberdade de expressão” e ordenou a suspensão da censura.

Segundo a rede Quds Press, durante a incursão israelense a Jenin, soldados israelenses executaram 58 palestinos, feriram centenas, e investiram com tratores contra 1.200 casas, das quais 450 foram totalmente demolidas.

A ocupação israelense também prendeu centenas de palestinos, além de muitos residentes reportados desaparecidos. Na ocasião do cerco, o exército israelense anunciou baixa de 23 soldados devido a confrontos.

ASSISTA: Presidente de Israel condena venda de obras do Museu de Arte Islâmica de Jerusalém

Categorias
IsraelNotíciaOriente MédioPalestina
Show Comments
Palestina: quatro mil anos de história
Show Comments