Portuguese / English

Middle East Near You

Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Israel aprova grande assentamento em Jerusalém ocupada

Obras para um assentamento ilegal israelense em Jerusalém ocupada, 4 de outubro de 2018 [Mostafa Alkharouf/Agência Anadolu]
Obras para um assentamento ilegal israelense em Jerusalém ocupada, 4 de outubro de 2018 [Mostafa Alkharouf/Agência Anadolu]

Nesta segunda-feira (2), autoridades israelenses aprovaram os planos para construir um novo assentamento ilegal em Jerusalém ocupada, reportou a agência de notícias Wafa. O projeto envolverá a demolição de empreendimentos palestinos no bairro de Wadi Al-Joz.

Israel alega que o novo desenvolvimento será construído em seu próprio “Vale do Silício”, em referência ao polo tecnológico nos Estados Unidos. Contudo, residentes palestinos locais denunciam que o assentamento será de fato construído sobre as ruínas de mais 200 lojas e propriedades palestinas.

A maioria das propriedades previstas para demolição foram instaladas no local mesmo antes de 1967, quando forças israelenses ocuparam Jerusalém Oriental. Ao menos 500 acres de terras palestinas serão confiscados.

O projeto de US$600 milhões determina 250.000 m² a “negócios imobiliários para empresas de alta tecnologia”, além de 100.000 m² divididos entre shoppings e hotéis.

LEIA: Jovem palestino é espancado até a morte por colonos israelenses

O esquema é parte do megaprojeto “Centro da Cidade de Jerusalém Oriental”, aprovado pelo comitê de zoneamento e planejamento da ocupação israelense. Novas estradas e um trajeto de veículo leve sobre trilhos compõem ainda o projeto, além de um parque colonial perto do Vale do Kedron, no sul de Jerusalém.

Autoridades de Israel entregaram avisos de despejo a dezenas de lojas e propriedades palestinas, com prazo até 30 de dezembro para deixarem o local antes que as demolições sejam executadas.

Os palestinos alertam que o esquema isolará ainda mais os bairros em Jerusalém, a fim de alterar a paisagem da cidade, expulsar comunidades nativas e apagar o caráter histórico árabe de seus mercados e distritos comerciais.

Israel alega que o projeto também servirá aos palestinos. A Autoridade Palestina, porém, reiterou seu repúdio, ao destacar que os novos avanços são parte dos planos de Israel para “judaizar” Jerusalém e abrir caminho para a expropriação de terras e negócios palestinos por colonos ilegais.

“O saque concentrado e sistemático de Israel sobre Jerusalém ocupada persiste inabalado, em violação da lei internacional e das posições proclamadas por estados em todo o mundo”, declarou Hanan Ashrawi, membro da Organização para a Libertação da Palestina (OLP). “Trata-se de um plano absurdo e criminoso que verá a devastação de 200 negócios palestinos na área e privará centenas de palestinos de seus meios de subsistência.”

A aplicação do plano foi aprovada ao passo que Israel ainda prepara-se para anexar grandes porções da Cisjordânia ocupada, conforme o chamado “acordo do século” de Donald Trump. O plano americano considera Jerusalém como capital israelense e efetivamente apoia a ocupação, o colonialismo e o apartheid do estado sionista contra o povo nativo da Palestina.

A ONU exortou Israel a interromper suas demolições de casas palestinas

176 palestinos foram expulsos de suas casas pela ocupação, em 2018

193 palestinos foram deslocados de Jerusalém Oriental nos primeiros quatro meses de 2019

Categorias
IsraelNotíciaOriente MédioPalestina
Show Comments
Palestina: quatro mil anos de história
Show Comments