A organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF) advertiu na segunda-feira (23) que a sarna, doença de pele contagiosa, está espalhando-se entre a população deslocada internamente no Iêmen, estimada em quatro milhões de pessoas.
Os mais afetados são refugiados internos em campos densamente povoados, em particular, na província de Ibb.
No Twitter, relatou a organização: “Devido à higiene precária e condições de vida sob superlotação, a sarna começou a espalhar-se entre as pessoas que vivem nos campos. O MSF conduziu uma intervenção para combater a doença no campo 22 de Maio, na cidade de Ibb.”
Prosseguiu: “Quatro equipes foram de casa em casa para conceder tratamento, distribuir roupas novas e fornecer informação de saúde apropriada às famílias. As equipes trataram mais de 1.100 pessoas infectadas com sarna”.
بسبب سوء وضع النظافة والظروف المعيشية المزدحمة، بدأ الجرب ينتشر بين الأشخاص الذين يعيشون في المخيمات.أجرى فريق #أطباء_بلا_حدود الأسبوع الماضي تدخلاً لمكافحة الجرب في مخيم "22 مايو" في مدينة #إب. pic.twitter.com/IXoI5N9FdA
— MSF Yemen (@msf_yemen) November 23, 2020
MSF reporta ação para tratar surto de sarna no Iêmen
Os voluntários da entidade distribuíram ainda roupas, cobertores, colchões e kits de higiene, em colaboração com as organizações não-governamentais Fundação da Juventude Tamdeen e União das Mulheres do Iêmen.
Ibb representa uma das províncias iemenitas mais densamente povoadas, sob controle das autoridades houthis desde 2014, após a captura da capital Sanaa.
O país é assolado pela guerra desde então. A situação escalou em 2015, quando uma coalizão liderada pela Arábia Saudita interveio, em 2015. A crise humanitária no Iêmen é considerada a pior em todo o mundo, atualmente.
Crianças constituem cerca de dois milhões dos deslocados internos no país. O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) reportou que, no total, aproximadamente 12 milhões de crianças iemenitas dependem de ajuda humanitária urgente.
A agência da ONU alertou ainda que, até o fim de 2020, o número de crianças desnutridas abaixo de cinco anos de idade pode chegar a 2.4 milhões de vítimas, o que configura metade das crianças desta idade que vivem no país.
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