O prisioneiro palestino Maher Al-Akhras, que passou 103 dias em greve de fome em protesto contra sua detenção administrativa, foi libertado nesta quinta-feira (26) pelas autoridades israelenses.
Al-Akhras, 49 anos, da cidade de Jenin, na Cisjordânia, iniciou a greve de fome depois de ser detido sob uma política israelense que permite às autoridades manter detidos por períodos renováveis de seis meses sem acusação ou julgamento, algo comparável às prisões realizadas sob o AI-5 durante a ditadura militar no Brasil.
Ele encerrou sua greve de fome em 6 de novembro após 103 dias, em resposta às autoridades israelenses concordarem em libertá-lo em 26 de novembro, segundo informação da Sociedade de Prisioneiros Palestinos.
This so precious and beautiful.
Maher being fed by his daughter.
He tells her thank you for feeding me after 104 days of hunger.
Maher went on hunger strike after being imprisoned by Israel without charge or trial. He will be released later this month. pic.twitter.com/bhCImeJcRg
— Salem Barahmeh (@Barahmeh) November 7, 2020
“As autoridades de ocupação libertaram Maher al-Akhras e estão em curso preparativos para transferi-lo do Hospital [Kaplan] Israelita para o Hospital [Nacional Najah] em Nablus, no norte da Cisjordânia”, disse Qadri Abu Bakr, da Autoridade de Assuntos dos Prisioneiros da Organização para a Libertação da Palestina,à Agência Anadolu.
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Ainda existem cerca de 5.000 palestinos detidos em prisões israelenses, 350 deles sob prisão administrativa.
Autoridades israelenses afirmam que a detenção sem julgamento às vezes é necessária para proteger as identidades de agentes secretos, no entanto, grupos de direitos humanos disseram que é usada para manter até ativistas pacíficos contra a ocupação.
Infográfico da Visibilizing Palestina mostra diversas situações de abuso contra pessoas detidas e afirma que as Prisões administrativas têm dia para iniciar mas não para terminar.