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Árabes em Israel enfrentam racismo sistemático, denunciam ativistas

Yair Revivo, prefeito israelense da cidade de Lod [Yair Revivo/Twitter]
Yair Revivo, prefeito israelense da cidade de Lod [Yair Revivo/Twitter]

Árabes em Israel denunciaram o “racismo sistemático” imposto pelo estado sionista, conforme reportagem da rede Arab48.

As recentes denúncias surgiram como resposta a comentários racistas feitos por Yair Revivo, prefeito da cidade de Lod, tradicional apoiador do premiê Benjamin Netanyahu. Revivo afirmou que a “violência é parte da cultura árabe” e prometeu deportar famílias de “criminosos”.

O jornalista Diaa Haj Yahya relatou que não é a primeira vez que o prefeito expressa seu racismo contra a população árabe. Há três anos, Revivo tentou invadir uma mesquita para interromper celebrações do feriado islâmico do Eid.

Ativistas árabes organizaram um protesto em frente à prefeitura de Lod e exigiram um pedido de desculpas oficial de Revivo por seus comentários racistas, considerados “perigosos”.

Ghassan Munayyar, ativista palestino de Lod, declarou: “Os árabes enfrentam agora um futuro tenebroso na cidade, que lhes pertencia, antes da ocupação israelense”.

“Sou árabe, meu vizinho e meus irmãos são árabes e ninguém de nós possui armas”, destacou Munayyar, ao culpar a administração municipal e a polícia israelense pelo surto de criminalidade nas comunidades árabes locais.

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“Não é nosso papel lutar contra o crime, é dever deles”, prosseguiu Munayyar. “A polícia israelense não cumpre seus deveres, mas sim encoraja a criminalidade e aplaude confrontos entre famílias árabes”.

Em entrevista à Arab48, as ativistas palestinas Horiyeh Saadi e Hanan Naffar denunciaram os comentários de Revivo por sua motivação política, a fim de “incitar a extrema-direita”.

“Revivo serve apenas aos judeus”, relatou Saadi. “Qualquer um que visitar um bairro árabe e compará-lo aos bairros judaicos poderá ver a diferença e constatar a marginalização das nossas comunidades”.

Segundo Naffar, Israel põe em prática um plano de judaização das áreas majoritariamente árabes por todo o país. “Revivo envia uma mensagem clara e direta aos árabes de que não há lugar para eles aqui”, reiterou.

Saadi reportou ainda que o Estado de Israel executa deliberadamente mudanças demográficas na cidade de Lod, por exemplo, através de estímulos concedidos por Revivo para que judeus estrangeiros visitem a cidade e obtenham documentos israelenses.

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