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Relembrando a Revolução Egípcia

Multidões reúnem-se durante a revolução egípcia que teve início em 25 de janeiro de 2011 e resultou na deposição do longevo ditador Hosni Mubarak [Egypt is The Gift of The Nile/Facebook]
Multidões reúnem-se durante a revolução egípcia que teve início em 25 de janeiro de 2011 e resultou na deposição do longevo ditador Hosni Mubarak [Egypt is The Gift of The Nile/Facebook]

O que: Revolução egípcia

Onde: Egito

Quando: 25 de janeiro de 2011

O que aconteceu?

Em 25 de janeiro de 2011, protestos eclodiram na Praça Tahrir, no Cairo.

O dia 25 de janeiro foi por muito tempo um feriado nacional no Egito, mas em 2011 milhares de pessoas se reuniram no centro do Cairo pedindo um “dia de fúria”. Os manifestantes marcharam em direção aos escritórios do Partido Nacional Democrático, o partido dominante no país desde sua fundação por Anwar Sadat, em 1976.

Protestos em outras cidades do Egito rapidamente se multiplicaram, notadamente na cidade costeira de Alexandria, em Assuã, no sul do país, e em Mansurá e Tanta, no delta do Nilo.

Os manifestantes começaram a atirar pedras e bombas incendiárias nas forças de segurança, resultando na morte de vários manifestantes e policiais. Gás lacrimogêneo, canhões de água e bastões foram usados para dispersar as multidões.

No segundo dia de protestos, surgiram relatos de rupturas nas plataformas de mídia social em todo o país. Os serviços do Facebook, Twitter e Blackberry Messenger não estavam disponíveis, após suspeitas de que os manifestantes estavam usando as plataformas para organizar protestos.

As motivações para a revolta eram multifacetadas, com a pobreza e o desemprego de longo prazo acentuando as tensões. A corrupção do governo durante o mandato do presidente Hosni Mubarak foi o principal foco dos protestos, já que manifestantes gritavam “Abaixo a Mubarak” nas ruas.

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Em 29 de janeiro, o Presidente Mubarak respondeu a estes apelos, anunciando que destituiria seu governo. Ele também nomeou como vice-presidente Omar Suleiman, ex-chefe de espionagem do Egito, pela primeira vez durante seus 30 anos no poder. Em 1º de fevereiro, Mubarak anunciou que não concorreria à reeleição após seu atual mandato, mas que não desistiria de seu cargo.

As concessões de Mubarak pouco contribuíram para reprimir as manifestações, estimando-se que, somente na Praça Tahrir, um milhão de pessoas continuavam a protestar. As Nações Unidas estimaram que até fevereiro 5.300 pessoas haviam sido mortas.

Em 11 de fevereiro, Suleiman anunciou a renúncia do Presidente Mubarak e entregou o poder ao Conselho Supremo das Forças Armadas (SCAF). As celebrações da eucaristia aconteceram durante a noite, encerrando 18 dias de protestos. Embora alguns funcionários do serviço público continuassem com manifestações isoladas a respeito dos salários, em 14 de fevereiro a maioria dos manifestantes havia saído da Praça Tahrir.

O que aconteceu em seguida?

Os protestos no Egito têm sido vistos desde então como parte da grande Primavera Árabe, que foi catalisada pela auto-imolação de Mohamed Bouazizi em dezembro de 2010, na Tunísia. Os levantes também começaram no Iêmen em janeiro de 2011, na Líbia em fevereiro e na Síria em março do mesmo ano. Nos três casos, depois dos levantes, as guerras atingiram os países e continuam até hoje.

Domesticamente, o SCAF rapidamente se tornou o ator político e econômico mais poderoso do Egito. Protestos contra o domínio militar atormentaram o país ao longo de 2011, com repetidas violências perpetradas pelas forças de segurança contra os manifestantes. As eleições parlamentares foram realizadas no final de 2011, nas quais o Partido da Liberdade e Justiça dos Irmãos Muçulmanos (FJP) conquistou 44% dos assentos.

Em junho de 2012, Mohamed Morsi, um dos principais membros do FJP, foi eleito Presidente. No aniversário de um ano de sua posse, protestos irromperam mais uma vez, solicitando que ele se demitisse. O chefe das forças armadas, General Abdel Fatah Al-Sisi, anunciou na televisão estatal que estava suspendendo a constituição e que nomeou Adli Mansour, o chefe do tribunal constitucional, como presidente interino.

Um ano após o golpe, Al-Sisi reivindicou 96,1% dos votos nas eleições presidenciais em uma vitória esmagadora e altamente suspeita. Ele continua presidente do Egito até hoje, onde tem supervisionado uma severa repressão contra qualquer membro da oposição que desafie seu governo.

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As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do autor e não refletem necessariamente a política editorial do Middle East Monitor.

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