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Turquia contrata lobby nos EUA para tentar voltar ao programa de jatos F-35

Jato de combate F-35 Lightning, em 01 de março de 2019. [Recep Şakar/Anadolu Agência]
Jato de combate F-35 Lightning, em 01 de março de 2019. [Recep Şakar/Anadolu Agência]

A indústria de defesa da Turquia contratou um dos escritórios de advocacia de maior prestígio dos Estados Unidos buscando entrar novamente no programa de caças F-35 do qual foi expulso há quase dois anos.

Os EUA retiraram a Turquia do programa em julho de 2019, depois que Ancara comprou o sistema de defesa aérea S-400 da Rússia, estabelecendo um curso que prejudicou gravemente as relações entre os aliados da OTAN.

A Turquia está agora tentando retomar a entrada no programa, com a estatal Defense Industry Technologies – Savunma Sanayi Teknolojiler (SSTEK) – contratando o escritório de advocacia Arnold & Porter, com sede em Washington, para aconselhamento estratégico e divulgação aos parceiros e interessados do programa.

No contrato do negócio revelado pelo site Foreign Lobby, a Ancara pagou US$ 750.000 à empresa para “aconselhar sobre uma estratégia para que o SSB e os contratantes turcos permaneçam dentro do Joint Strike Fighter Program, levando em consideração e abordando o complexo geopolítico e comercial fatores em jogo”.

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Sob o acordo, a empresa também tem como objetivo “realizar uma divulgação direcionada aos parceiros comerciais e acionistas dos EUA” dentro do programa, a fim de detectar sua compreensão do papel da Turquia como “um aliado estratégico e parceiro valioso”. A empresa também irá “monitorar continuamente os controles de exportação e sanções comerciais […] que podem ser relevantes e explicar as referidas sanções”.

A retirada da Turquia do programa conjunto representou um grande golpe não apenas nas relações bilaterais e em sua chance de adquirir 100 jatos F-35, mas também preocupou muito a indústria de defesa turca e as empresas afiliadas a ela que fabricam muitas das peças necessárias para os jatos.

De acordo com o meio de comunicação americano Bloomberg, em 2018, dez empresas turcas deveriam faturar aproximadamente US$ 12 bilhões em peças.

No ano passado, porém, foi anunciado que o Pentágono estaria trabalhando com a Turquia e essas empresas para continuar produzindo as peças até 2022.

Em uma coletiva de imprensa no início deste mês, o embaixador dos EUA na Turquia, David Satterfield, expressou a esperança dos EUA “de que a questão do S-400 possa ser resolvida”. Satterfield afirmou que embora a questão “lamentavelmente compelisse a administração anterior dos EUA a executar a lei dos EUA e impor sanções sob a legislação do CAATSA”, Washington teve o cuidado de não deixar a indústria de defesa da Turquia sem impacto. “Visamos essa sanção com muita precisão. Não pretendíamos afetar o setor de defesa turco como um todo, mas sim licenças específicas para o SSB.”

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