Grupos paramilitares iraquianos, ligados ao Irã, concordaram em interromper ataques contra alvos dos Estados Unidos caso o Primeiro-Ministro do Iraque Mustafa al-Khadimi exija formalmente a retirada completa das forças americanas, relatou a rede Middle East Eye.
O acordo de desescalada é condicional à exigência do premiê pela retirada absoluta das tropas americanas no Iraque, a ser completada dentro de doze meses.
Al-Khadimi deve enviar uma carta ao Conselho de Segurança da ONU para solicitar o fim da missão liderada pelos Estados Unidos no Iraque, segundo comunicado. Fontes alegaram expectativas de que o premiê cumpra com sua parte do acordo.
A proposta foi apresentada, conforme relatos, após reuniões em Bagdá, Beirute e Teerã, entre o governo iraquiano e um grupo de comandantes paramilitares conhecido como Comitê de Coordenação para as Facções de Resistência.
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As conversas foram mediadas por partes iranianas e libanesas, além de uma organização internacional que opera no Iraque.
Um dos negociadores iraquianos confirmou ao Middle East Eye que todos os lados em questão concordaram com a desescalada, de modo que ataques em violação ao acordo serão considerados “ato pessoal”, perpetrados “fora do consenso”.
Um acordo prévio foi assinado em outubro e amplamente mantido, apesar de algumas violações. Entretanto, as facções armadas em campo anunciaram seu fim em 1° de março.
No início deste mês, forças dos Estados Unidos e milícias locais trocaram ataques reiterados, o que culminou em uma ofensiva contra a base militar de Ain al-Assad, no oeste do território iraquiano, que abriga tropas da coalizão liderada por Washington.
Dez foguetes disparados a 8 km de distância atingiram o quartel-general, às 7h20 do horário local, em 3 de março. Um empreiteiro americano faleceu de ataque cardíaco durante o ataque, anunciou o Pentágono, no dia seguinte.
O Secretário de Defesa dos Estados Unidos Lloyd Austin respondeu veementemente à investida e prometeu que Washington fará todo o necessário para defender seus interesses.
“Atacaremos se pensarmos tratar-se do que é preciso fazer, em momento e local de nossa própria escolha. Exigimos o direito de proteger nossas tropas”, destacou Austin, ao pressionar o exército iraquiano a investigar o caso e determinar os responsáveis.
“Esperamos que eles escolham fazer a coisa certa”, concluiu Austin.
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