Em postagem no Facebook, o ex-Presidente da Tunísia Moncef Marzouki reivindicou o banimento do Partido Desturiano Livre (PDL), ao descrever como ameaça nacional o movimento composto por aliados e apologistas do falecido ditador Zine El Abidine Ben Ali.
“Todas as democracias possuem alguma lei que proíbe partidos extremistas e antidemocráticos”, argumentou o ex-presidente tunisiano. “O último exemplo é a França, que decidiu dissolver um partido chamado Geração Identitária”.
“O chamado Partido Desturiano Livre é uma organização antidemocrática que constantemente obstrui o trabalho do parlamento via discurso de ódio, ao plantar sementes da discórdia entre o povo e rebelar-se contra a lei, como ocorreu recentemente”.
Prosseguiu: “Portanto, deve ser banido, pois representa hoje a maior ameaça à Tunísia e sua democracia emergente. Veja: não é sobre os mártires do passado, mas sim sobre os mártires do futuro. Deus nos livre ignorar a ameaça deste partido fascista!”
“Lembrem-se do alto preço pago pelos povos da Espanha, Itália e Alemanha no século XX, quando lavaram as mãos perante a cobra em seu leito”, concluiu Marzouki.
Apoiadores do PDL, que abrange figuras simbólicas da ditadura de Ben Ali, invadiram recentemente a filial do Sindicato Internacional de Estudiosos Islâmicos na capital tunisiana.
O ataque despertou uma onda de repúdio no país, após intervenção das forças de segurança para conter confrontos entre apologistas do partido de Ben-Ali e membros da Coalizão Al-Karama (Dignidade), que compareceram ao edifício para protegê-lo.
A crise no país norte-africano ocorre em um momento no qual políticos alertam contra tentativas de grupos estrangeiros de criar o caos nos alicerces de uma democracia ainda jovem, instaurada após a revolução popular de 2011.
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