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Emirados cancelam planos para cúpula com Israel e EUA por uso eleitoral de Netanyahu

O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu na conferência Kohelet Policy Forum em Jerusalém em 8 de janeiro de 2020 [Menahem Kahana/ AFP/ Getty Imagens]
O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu na conferência Kohelet Policy Forum em Jerusalém em 8 de janeiro de 2020 [Menahem Kahana/ AFP/ Getty Imagens]

Os Emirados Árabes Unidos interromperam os preparativos para uma cúpula que reuniria o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, autoridades americanas e chefes de estados árabes em abril, informou o Haaretz.

O príncipe herdeiro dos Emirados, Moahmmed Bin Zayed, teria ficado indignado com a exploração que Netanyahu fez dos acordos de normalização com os estados árabes como parte de sua campanha à reeleição em 23 de março.

O ex-ministro das Relações Exteriores dos Emirados, Anwar Gargash, disse que os Emirados  “não farão parte de nenhuma campanha eleitoral interna em Israel, agora ou nunca”.

Em um tweet, o ex-ministro afirmou que “da perspectiva dos Emirados Árabes Unidos, o objetivo dos Acordos Abraâmicos é fornecer uma base estratégica robusta para promover a paz e a prosperidade com o Estado de Israel e em toda a região”, em vez de interferir no plano interno eleições.

Netanyahu anunciou um investimento ambicioso dos Emirados Árabes Unidos em Israel, mas nenhuma autoridade dos Emirados comentou a notícia. O primeiro-ministro israelense deveria visitar o país na semana passada, no entanto, a viagem foi cancelada depois que a Jordânia se recusou a permitir que ele usasse seu espaço aéreo e Netanyahu temeu que os houthis o atacasse caso sobrevoasse pela Arábia Saudita.

Em 13 de agosto, o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou um acordo de paz entre os Emirados Árabes Unidos e Israel mediado por Washington.

Abu Dhabi disse que o acordo foi um esforço para evitar a anexação da Cisjordânia ocupada, planejada de Tel Aviv. No entanto, os oponentes acreditam que os esforços de normalização estão iminentes há muitos anos, já que autoridades israelenses fizeram visitas oficiais aos Emirados Árabes Unidos e participaram de conferências no país que não tinha laços formais com o estado de ocupação.

O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, no entanto, negou as alegações dos Emirados e disse de que a anexação não está fora da mesa, mas simplesmente foi adiada.

LEIA: Netanyahu diz que príncipe dos Emirados pretende investir US$ 12 milhões em Israel

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