Uma profunda divisão instalou-se entre membros do partido Likud, liderado pelo Primeiro-Ministro de Israel Benjamin Netanyahu, sobre a necessidade de solicitar ajuda dos partidos árabes para compor a próxima coalizão de governo, reportou o jornal Haaretz.
Membros do Likud engajaram-se em um debate acalorado no WhatsApp, no qual uma clara maioria dos correligionários e parlamentares opôs-se à ideia.
Os resultados preliminares da quarta eleição israelense em menos de dois anos mostram o Likud como partido majoritário no parlamento. Porém, Netanyahu e sua coligação possuem até então apenas 52 assentos, nove a menos da maioria necessária para formar governo.
Adversários de Netanyahu também falharam em reunir maioria. Os diversos partidos de oposição conquistaram 57 assentos, segundo as estimativas.
O apoio dos partidos árabes pode conduzir qualquer um dos campos ao poder.
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Gideon Sa’ar, dissidente do Likud e líder do partido de direita Nova Esperança, que deve obter seis assentos no legislativo, já rejeitou qualquer aliança com um governo de Netanyahu.
Naftali Bennett, líder do partido Yamina, recusou-se a apoiar Netanyahu ou mesmo seus rivais políticos determinados a depô-lo.
Analistas acreditam que este impasse pode levar Netanyahu a pedir socorro dos partidos árabes, sobretudo ao tentar evitar uma quinta eleição nacional.
Mansour Abbas, líder do partido islâmico conservador Raam, abandonou a chamada Lista Conjunta, coligação de partidos árabes no Knesset, às vésperas da eleição, ao alegar disposição em negociar coalizão com o futuro governo de Netanyahu.
Na ocasião, Abbas reiterou não ter “compromisso com qualquer bloco ou candidato”.
“Estamos preparados para dialogar com ambos os lados, com qualquer um que queira compor um governo e considera-se primeiro-ministro em potencial”, declarou Abbas em entrevista de rádio. “Se recebermos uma oferta, sentaremos juntos e conversaremos”.
Os resultados definitivos das eleições israelenses estão previstos para hoje (26).
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