O movimento iemenita houthi, ligado ao Irã, alegou hoje (26) ter lançado dezoito drones armados contra instalações militares e de produção e fornecimento de energia na Arábia Saudita, segundo informações da agência Reuters.
O Ministério de Energia da monarquia reportou ainda que um projétil atingiu uma estação de distribuição de petróleo e resultou em incêndio.
A coalizão saudita que intervém no Iêmen contra o grupo rebelde houthi anunciou ontem (25) ter interceptado diversos drones disparados contra o reino.
Yahya Sarea, porta-voz militar houthi, confirmou ataques contra instalações da gigante estatal de petróleo saudita Aramco, em Ras Al-Tanura, Rabigh, Yanbu e Jazan, além de alvos militares, como a base Rei Abdulaziz, em Dammam, entre outras em Najran e Asir.
“Estamos preparados para executar ataques mais duros e contundentes no futuro próximo”, enfatizou o oficial houthi no Twitter.
A Aramco foi contactada pela Reuters, mas preferiu não comentar o caso, até então.
O Ministério de Energia da Arábia Saudita informou que, às 21 horas de quinta-feira (25), um projétil atingiu um centro de distribuição de produtos de petróleo em Jazan; entretanto, sem baixas, apesar de um incêndio consecutivo em um tanque de combustível.
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Segundo Riad, tais atentados contra instalações vitais buscam desestabilizar as redes globais de comércio e fornecimento energético.
O Ministério da Defesa da Arábia Saudita afirmou nesta sexta-feira que tomará medidas de dissuasão para proteger as exportações de petróleo.
“Estes ataques confirmam a recusa da milícia terrorista houthi em consentir com qualquer esforço político para encerrar a crise”, declarou em comunicado o coronel Turki al-Malki, porta-voz do ministério saudita e da coligação árabe liderada por Riad.
Os houthis reivindicam a suspensão absoluta do bloqueio aéreo e marítimo sobre suas áreas e recentemente intensificaram ataques a drone e mísseis contra o território saudita, além de uma ofensiva por terra para capturar a região iemenita de Marib, rica em gás natural.
A coalizão respondeu com ataques aéreos contra alvos militares houthis.
Arábia Saudita e aliados intervieram no Iêmen em março de 2015, após o grupo houthi depor o governo reconhecido internacionalmente do presidente Abd Rabbuh Mansour Hadi e expulsá-lo da capital Sanaa.
Os houthis controlam atualmente a maior parte do norte do Iêmen e são acusados de servir a interesses do Irã, em uma guerra por procuração. Contudo, negam tais alegações e destacam combater um sistema corrupto e uma subsequente agressão internacional.