O professor Saad al Faqih, político saudita e fundador do Movimento por Reforma Islâmica na Arábia (MIRA), descreveu neste domingo (4) a prisão de Mohammad al-Khodari, representante do Hamas em Riad, como “ruptura de convenções nacionais e internacionais”.
À agência de notícias Shehab, al Faqih recordou que al-Khodari era embaixador oficial no reino e desfrutava de segurança especial ao representar um partido palestino reconhecido regionalmente, além de manter relações formais com membros do governo saudita.
“Como o dr. al-Khodari poderia ser detido enquanto lograva de relações oficiais com autoridades sauditas, que estavam cientes de suas atividades?”, questionou al Faqih. “Al-Khodari não cometeu crime algum; do contrário, seria indiciado”.
Ao denunciar o caso como “pressão política”, o proeminente acadêmico destacou: “Não há qualquer base legal ou convencional para deter al-Khodari”.
Al Faqih chamou atenção para as partes beneficiadas com a prisão do ex-líder do Hamas e observou que o político idoso deveria ser tratado com maior respeito. “Caso o país não o queira em seu solo, que ao menos o deporte”, enfatizou.
Al Faqih reiterou que a detenção de al-Khodari é uma tentativa de pressionar o Hamas e prejudicar o movimento de solidariedade internacional com o povo palestino, sobretudo em território saudita, diante da onda de normalização entre Israel e regimes árabes.
Por fim, o professor saudita destacou que a libertação de al-Khodari requer pressão internacional coordenada sobre a Arábia Saudita, embora ainda improvável devido a reservas de países ocidentais e regimes árabes perante o movimento palestino Hamas.
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