Mais de cem palestinos foram feridos e 50 detidos em ataques noturnos no Portão de Damasco da Cidade Velha de Jerusalém Oriental ocupada, enquanto um grupo de cerca de 300 colonos israelenses de extrema direita marcharam para a área gritando “Morte aos árabes”.
Oficiais da ocupação israelense borrifaram água com odor de gambá contra os fiéis palestinos e os colonos israelenses. Segundo a agência de notícias Wafa, colonos foram agredidos por civis palestinos sob vigilância policial. Enquanto marchavam, muitos gritavam “Morte aos árabes” e alguns agitavam faixas com os dizeres: “Morte aos terroristas”.
Os colonos israelenses, particularmente os de extrema direita, raramente são responsabilizados pelas autoridades de ocupação. De fato, na maioria dos casos, os colonos que perseguem e atacam os palestinos são acompanhados e protegidos por soldados israelenses.
Em nota à imprensa divulgada na quinta-feira, o presidente palestino, Mahmoud Abbas, reafirmou que “Jerusalém Oriental é a capital eterna da Palestina e é uma linha vermelha”, e instou a comunidade internacional a proteger o povo palestino dos contínuos ataques de colonos, que ele disse serem encorajados pelo governo israelense.
Ataques noturnos das forças de ocupação israelenses e colonos contra os palestinos após as orações na mesquita de Al-Aqsa aumentaram desde o início do mês sagrado de jejum do Ramadã.
Hoje, o primeiro-ministro palestino, Mohammad Shtayyeh, convocou os soldados e colonos israelenses por seus violentos ataques contra palestinos em toda a cidade ocupada de Jerusalém Oriental classificando o ato como terrorismo de estado organizado.
Ele disse que ferir mais de 100 palestinos e deter 50 outros durante o mês sagrado do Ramadã é um “ato organizado de terrorismo de estado com a intenção de obliterar o caráter palestino de Jerusalém, impor fatos falsos sobre ele e violar os lugares sagrados em Jerusalém”.
“As cenas de heroísmo emergindo das ruas e becos da cidade de Jerusalém esta noite da juventude indefesa de Jerusalém com força de vontade e determinação, enquanto eles enfrentam os ataques dos colonos, confirmam mais uma vez o fracasso dos planos israelenses de judaizar a Cidade Santa, e trazer de volta memórias de cenas de heroísmo quando muçulmanos e cristãos de Jerusalém resistiram e frustraram os planos das autoridades de ocupação israelenses de instalar detectores eletrônicos de metal há quatro anos”, acrescentou.
Pelo menos 600.000 colonos israelenses vivem em mais de 250 assentamentos ilegais na Cisjordânia ocupada. De acordo com a lei internacional, Cisjordânia e Jerusalém Oriental são classificados como territórios palestinos ocupados e todos os assentamentos judeus construídos lá e os colonos que vivem neles são ilegais.
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