O Ministro das Relações Exteriores da Autoridade Palestina criticou os Estados árabes que assinaram acordos de normalização com Israel desde agosto passado. Riyad Al-Maliki pronunciou-se na sessão de emergência de ontem junto a seus homólogos da Organização para a Cooperação Islâmica (OCI).
As nações muçulmanas, por sua vez, criticaram os ataques “bárbaros” de Israel contra os palestinos, matando até agora pelo menos 212 palestinos. O número de mortos aumenta quase a cada hora.
“A normalização e a corrida rumo a este sistema colonial israelense sem alcançar a paz e acabar com a ocupação israelense de terras árabes e palestinas representa apoio ao regime do apartheid e participação em seus crimes”, insistiu Al-Maliki. “Esta ocupação colonial deve ser confrontada, desmantelada, terminada e banida. A recente normalização rápida não terá impacto sobre os sentimentos do [povo] árabe nem mudará sua opinião”.
Israel lançou uma ofensiva militar contra os palestinos na Faixa de Gaza na última segunda-feira, utilizando sua força aérea, artilharia e marinha. As facções de resistência palestina responderam disparando foguetes contra as cidades israelenses.
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A violência israelense contra os palestinos constrangeu os países árabes – Sudão, Marrocos, Emirados Árabes Unidos e Bahrein – que assinaram acordos de normalização com o Estado de ocupação no ano passado como parte dos chamados “Acordos de Abraão”. A reunião de emergência da OCI foi sediada pela Arábia Saudita, que não normalizou formalmente os laços com Israel, mas é conhecida por manter laços clandestinos.
O Ministro saudita das Relações Exteriores, Faisal Bin Farhan Al-Saud, pediu à comunidade internacional que tomasse “medidas urgentes” para interromper a operação militar israelense e reavivar as conversações de paz com o objetivo de garantir uma solução de dois Estados. “A preservação de Jerusalém é responsabilidade de todos nós”, disse ele.
Os palestinos condenam os acordos, consideram como uma punhalada nas costas e “traição”. A liderança palestina apontou que os Estados da normalização recompensaram Israel enquanto este continua sua ocupação da Cisjordânia e Jerusalém Oriental, e mantém seu cerco à Faixa de Gaza.