Uma licitação para a aquisição de uma ferramenta de espionagem israelense criou uma disputa entre o alto comando militar brasileiro e o vereador Carlos Bolsonaro, segundo apurado pelo UOL.
A licitação tem como objetivo a contratação do Pegasus, desenvolvido pela empresa israelense NSO Group, um avançado programa de espionagem que possibilita a invasão de celulares e computadores à distância, sem que o alvo perceba e sem indicar o responsável pelo acesso. Com ele, pessoas e empresas poderão ser monitoradas sem decisão judicial. Segundo reportagem da época, “o Pegasus identifica e recolhe sorrateiramente desde o histórico de conversas do WhatsApp e do Telegram até os lugares por onde o alvo passou, quanto tempo permaneceu em cada um, sua localização exata, além do som e das imagens do ambiente por meio da ativação de microfone e câmera feita remotamente e em tempo real”.
Entretanto, diferente de editais semelhantes, neste os órgãos oficiais de investigação, como a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), não estão envolvidos nas tratativas, diz o uol.
De acordo com a reportagem, o objetivo final de Carlos Bolsonaro, o filho 02 do presidente Jair Bolsonaro, é usar as estruturas do Ministério da Justiça e da Polícia Federal para expandir uma “Abin paralela”, na qual ele tenha grande influência. As fontes ouvidas pelo UOL afirmam que ele tenta diminuir o poder dos militares na área de inteligência. Para isso, ele articulou com Anderson Torres , novo ministro da Justiça, para excluir o GSI da licitação.
Anderson Torres não se opõe ao armazenamento de dados e informações brasileiras por estrangeiros, especialmente empresas com sede na Alemanha ou Israel. Já as equipes da GSI e Abin alegam questões de segurança nacional e não abrem mão de que as informações com dados de cidadãos e empresas nacionais deva permanecer exclusivamente no Brasil.
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