A organização de direitos humanos Anistia Internacional voltou a condenar a repressão à liberdade de expressão e prisão de cidadãos que declaram solidariedade ao povo palestino no Egito, sob regime do presidente e general Abdel Fattah el-Sisi.
Afirmou no Twitter: “Enquanto o Egito denuncia os ataques israelenses em Gaza,mantém sufocadas as liberdades de expressão e assembleia. Foram detidos um homem por erguer a bandeira palestina e um médico por tuitar sobre atos de solidariedade do passado”.
A organização denunciou ainda a prisão arbitrária de Rami Shaath, cofundador palestino do movimento de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS) e reivindicou sua soltura, além de todos os outros detidos por manifestar apoio pacífico aos direitos palestinos.
#Egypt: while denouncing Israel’s attack on #Gaza, authorities maintain a stranglehold on #FreedomofExpression & assembly. They detained a man for raising the #Palestinian flag & a doctor for tweeting about past solidarity protests.
— Amnesty MENA (@AmnestyMENA) May 17, 2021
Egito mantém repressão à liberdade de expressão, alerta Anistia
Na sexta-feira (14), forças de segurança do Egito prenderam diversas pessoas que tentaram realizar um protesto em solidariedade ao povo palestino — sob bombardeios israelenses em Gaza, além de violações e agressões coloniais na Cisjordânia e Jerusalém ocupada.
Cinco pessoas foram liberadas sob condicional.
Entretanto, Omar Morsi permanece desaparecido, após comparecer à praça Tahrir, no centro da capital Cairo, para demonstrar solidariedade aos palestinos.
A jornalista Nour al-Houda, que também carregava uma bandeira palestina e um keffiyeh (lenço tradicional palestino) em volta do pescoço, também foi presa e libertada horas depois.
Em 10 de maio, após violações contra Jerusalém ocupada — sobretudo a Mesquita de Al-Aqsa e o bairro palestino de Sheikh Jarrah, onde residentes sofrem ameaça de expulsão —, a violência de Israel propagou-se a Gaza, onde ocorrem bombardeios contra civis.
Segundo autoridades de saúde, ao menos 220 palestinos foram mortos, incluindo 60 crianças, além de 70 mil pessoas deslocadas e forçadas a buscar abrigo em escolas da ONU.
Doze israelenses também faleceram.
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