O Parlamento do Líbano reúne-se hoje (22) para deliberar sobre uma carta do Presidente Michel Aoun, na qual o chefe de estado observou ser “claro” que Saad Hariri, premiê designado, é “incapaz de formar um governo e salvar o país de sua crise”.
O documento emitido ao legislativo — com cópia emitida à Reuters — sucede meses de negociações políticas sem êxito para compor um novo governo libanês.
Em 18 de maio, Aoun enviou sua carta ao parlamento através de Nabih Berri, presidente da câmara, para solicitar uma sessão da Assembleia Geral, de acordo com a lei, e abordar a demora e a consequente instabilidade política em instituir um governo.
Aoun — cristão maronita, conforme o sistema sectário libanês — declarou: “Tornou-se claro que o premiê designado é incapaz de formar um governo e salvar o país, ao conduzir o contato necessário com instituições financeiras globais, fundos internacionais e países doadores”.
LEIA: Chanceler do Líbano pede demissão após ‘insulto’ a estados do Golfo
A Câmara dos Representantes realizou uma sessão presidida por Berri nesta sexta-feira (21) para formalizar a leitura da nova advertência presidencial.
Após Riad Ghannem, diretor-geral da sessão deliberativa, concluir a leitura, o presidente da câmara adiou a audiência para as 14 horas de sábado, a fim de debater o problema.
Em 22 de novembro de 2020, o ex-premiê Hariri foi designado para substituir o governo libanês de Hassan Dian, após a renúncia de todo o gabinete em 10 de agosto — consequência da enorme explosão no porto de Beirute, seis dias antes.
Até então, negociações para compor um governo não chegaram a lugar algum.
LEIA: Presidente do Líbano pede ajuda à França para recuperar recursos desviados