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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Quem é Naftali Bennett, provável premiê de Israel?

O parlamento de Israel escolheu por 60 a 59 votos o novo governo no domingo. O ultranacionalista Naftali Bennett chefiará o gabinete.
Naftali Bennett, então Ministro da Defesa de Israel, em 6 de dezembro de 2015 [Instituto Brookings/Flickr]

Após uma série de reviravoltas na política israelense, Naftali Bennett, de 49 anos, deve tornar-se o próximo Primeiro-Ministro de Israel, ao enfim depor o premiê incumbente Benjamin Netanyahu, há doze anos no poder, caso enfim aprovado pelo Knesset (parlamento).

Bennett entrou na política em 2005, como assessor e então chefe de gabinete de Netanyahu, que vive agora em uma situação de incerteza, não apenas pela perda de seu poder político, mas sob julgamento por acusações de corrupção, fraude e tráfico de influência.

Filho de imigrantes americanos, Bennett é conhecido por sua postura nacionalista e religiosa, sobretudo antipalestina. “Eu matei muitos árabes na minha vida — e não tem problema nenhum com isso”, declarou o ex-combatente israelense, em certa ocasião.

Tornou-se milionário graças a uma empresa de tecnologia que construiu do zero e, desde então, recorreu ao público de extrema-direita em Israel para ingressar na vida política.

Bennett defende a anexação de partes dos territórios palestinos ocupados na Cisjordânia ao estado colonial israelense. Manteve diversas posições entre a elite política, incluindo Ministro da Economia  (2013-2015), Educação (2015-2019) e Defesa (2019-2020).

Após o cessar-fogo entre Israel e Hamas, que encerrou a última rodada de bombardeios israelenses contra a Faixa de Gaza, em maio, Bennett e Yair Lapid — líder do partido oposição Yesh Atid — concordaram em formar uma coalizão de governo.

Segundo o acordo entre ambos, Bennet — líder do partido de extrema-direita Yamina, com sete assentos no parlamento — deverá assumir o cargo de primeiro-ministro pelos próximos dois anos, substituído então por Lapid pelo restante do mandato.

Segundo analistas, há um árduo caminho para preservar a coalizão de governo, composta por oito partidos que representam diversos segmentos da sociedade: direita, centro e esquerda; partidos árabes e fundamentalistas judaicos; entre outros.

LEIA: Drama político israelense pode culminar no fim da era Netanyahu

Ao longo de sua carreira política, a retórica agressiva de Bennett contra os palestinos ganhou manchetes. Em 2012, foi eleito líder do partido Lar Judaico. No ano seguinte, afirmou que “terroristas palestinos” deveriam ser mortos, ao invés de libertados.

Chegou também a alegar que a Cisjordânia não vive sob ocupação, pois não existe (e não deve existir, segundo Bennett) um estado palestino.

Em 2018, renomeou o Lar Judaico para Yamina (Direita) e consentiu coligar-se com o frágil governo de Benjamin Netanyahu. Após quatro eleições no período de dois anos, em 23 de março, seu partido assegurou sete assentos no Knesset.

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