Portuguese / English

Middle East Near You

Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Netanyahu recusa-se a deixar residência oficial do premiê

Benjamin Netanyahu, então premiê de Israel, em Jerusalém ocupada, 21 de fevereiro de 2018 [Thomas Coex/AFP/Getty Images]
Benjamin Netanyahu, então premiê de Israel, em Jerusalém ocupada, 21 de fevereiro de 2018 [Thomas Coex/AFP/Getty Images]

O ex-premiê israelense Benjamin Netanyahu recusou-se a deixar a residência oficial do incumbente em Jerusalém ocupada, reportou ontem (15) o jornal Times of Israel. Segundo seu gabinete, o agora líder da oposição não deixará a propriedade no futuro próximo.

Porém, conforme as informações, o recém nomeado primeiro-ministro Naftali Bennett não mostrou apreensão sobre o caso, à medida que preserva esforços para não antagonizar seu predecessor e antigo mentor na carreira política.

“Netanyahu ainda usa a residência do primeiro-ministro na rua Balfour, como se não fosse deposto via voto, ao explorar a falta de regras claras de transição”, reportou Tal Schneider, correspondente de política e diplomacia.

“[Netanyahu] faz mais do que comer e dormir ali; ele recebe convidados proeminentes”, prosseguiu, ao citar a visita de Nikki Haley, ex-embaixadora dos Estados Unidos na ONU, e do televangelista John Hagee, fundador da organização Cristãos Unidos por Israel.

Schneider mencionou ainda uma postagem de Haley em sua página do Twitter, na qual compartilhou uma foto dentro da residência e referiu-se a Netanyahu como premiê.

LEIA: Autoridades da União Europeia encontram terreno comum com Naftali Bennett

Críticos e opositores acusam o ex-primeiro-ministro de confundir deliberadamente as necessidades do estado com interesses próprios.

“Aparentemente, para o ex-premiê, Bennett é apenas um convidado no gabinete do primeiro-ministro, de modo que a nova coalizão implodirá em breve e Netanyahu retornará ao poder”, prosseguiu Schneider. “Dada a premissa, por que fazer as malas?”

“O apego de Netanyahu à residência tornou-se piada nacional”, comentou a jornalista israelense. “E seu apego a alguns presentes que vieram junto com a casa tornaram-se matéria para seu julgamento por corrupção”.

Schneider observou que não há protocolo oficial para a transição de poder em Israel, incluindo questões cotidianas, como vagar a residência oficial. Porém, enfatizou que é “razoável” permitir alguns dias ao processo, para que a mudança de governo ocorra sem empecilhos.

“Não obstante, é inapropriado utilizar-se do aparato da liderança nesse período, como faz Netanyahu”, concluiu a reportagem.

Categorias
Eleições israelensesIsraelNotíciaOriente Médio
Show Comments
Palestina: quatro mil anos de história
Show Comments