O único candidato reformista na eleição presidencial do Irã desistiu hoje, informou a mídia estatal. Hoje é o último dia de campanha antes da votação de sexta-feira.
O ex-vice-presidente Mohsen Mehralizadeh retirou sua candidatura junto com o rival de linha dura Alireza Zakani, deixando apenas cinco candidatos restantes. Essas retiradas têm aparecido com frequência nas eleições iranianas, a fim de aumentar as chances de outros candidatos.
Acredita-se que a saída de Mehralizadeh beneficiará as chances do esperançoso moderado Abdolnasser Hemmati, ex-presidente do banco central. O ultraconservador chefe do judiciário, Ebrahim Raisi, é próximo ao líder supremo aiatolá Ali Khamenei e é o favorito.
A eleição acontece em meio a conversas em andamento entre Teerã e as potências mundiais a respeito do acordo nuclear de 2015 e da crise econômica e social do próprio país atingido pelas sanções.
No final do mês passado, Mehralizadeh prometeu que, se vencesse sua candidatura para se tornar presidente, criaria cerca de 4 milhões de empregos por meio de um aumento de 6% no crescimento econômico.
O presidente moderado cessante, Hassan Rouhani, que tem seu mandato limitado para se candidatar novamente, deixa para trás um legado misto de engajamento com o Ocidente e cooperação mais estreita com a Rússia e a China, mas foi incapaz de cumprir muitas de suas promessas. As vendas de petróleo explodiram com o acordo nuclear da era Obama, mas as receitas e a economia do Irã logo despencaram depois que o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump se retirou do acordo em 2018.
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