Em nota à imprensa divulgada hoje (5), o Conselho de Shura do partido tunisiano Ennahda reivindicou a formação de um “governo capaz de enfrentar as crises em curso no país”.
“Compor um governo politicamente forte nesta próxima etapa é vital para abordar as questões nacionais mais urgentes”, declarou o proeminente movimento nacional, um dia após a 50ª sessão de seu conselho consultivo, realizada virtualmente.
O comunicado reiterou ser “necessário elucubrar questões controversas para além da tensão e animosidade, conforme respeito aos símbolos nacionais e instituições de estado”.
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O Ennahda destacou ainda que a conclusão dos trabalhos da Corte Constitucional é “vital para solucionar problemas políticos e legais”.
O partido possui maioria no governo.
A Tunísia vivencia uma crise política desde janeiro, quando o premiê Hichem Mechichi exonerou cinco ministros, notoriamente próximos do presidente Kais Saied, e indicou outros oficiais aos cargos vagos em caráter interino.
Saied acusou Mechichi de “violar as provisões da constituição” e recusou-se a permitir que os novos ministros tomassem posse oficialmente.
Em seguida, o presidente também recusou-se a deferir um projeto de lei para compor a Corte Constitucional, a despeito da aprovação parlamentar em duas ocasiões distintas.
Rached Ghannouchi, líder do Ennahda e presidente do parlamento, reiterou que Saied não possui poder para recusar indicações de governo, após ser concedido o voto de confiança do legislativo, ao alegar que o papel do chefe de estado é apenas “simbólico”.