O regime sírio de Bashar al-Assad anunciou um aumento drástico no preço do pão e de combustíveis, como parte das medidas de austeridade para abordar a crise econômica que assola o país em guerra, sobretudo nos últimos anos.
Segundo a imprensa estatal síria, neste domingo (11), autoridades sírias dobraram o custo do pão e triplicaram o valor do diesel por todo o território sob controle do regime.
Segundo uma lista de preços divulgada pela agência oficial SANA, um litro de diesel passou a custar 500 libras sírias (cerca de US$0.40 ou R$2.00), aumento considerável em relação ao valor anterior de 180 libras (US$0.14 ou R$0.70).
Devido ao aumento no combustível, o preço do pão subsidiado pelas autoridades chegou a 200 libras (US$0.16 ou R$0.80), segundo a cooperativa estatal para o setor de padarias.
LEIA: Assad, da Síria, diz que comerciantes que lucram com a queda da moeda serão punidos
A crise síria nos últimos anos decorre de uma série de fatores: a guerra civil ainda em curso, sanções internacionais contra abusos de direitos humanos do regime de Assad, corrupção generalizada e o colapso político e financeiro do vizinho Líbano.
No início da revolução síria, em 2011, que deflagrou-se em guerra, um dólar americano equivalia a aproximadamente cinquenta libras sírias; hoje, equivale a 1.250 libras.
Há ainda uma escassez substancial de combustível e trigo para a produção de pão e outros alimentos básicos, agravada pela seca que tomou o país em 2020.
Apesar de aliados do regime tentarem aliviar a pressão, com o envio de milhões de barris de petróleo do Irã e toneladas de trigo da Rússia, a economia síria continua em queda livre, os preços aumentam cada vez mais e o impacto na população é flagrante.
No mesmo dia do aumento no custo do pão e combustíveis, autoridades confirmaram um acréscimo considerável nos salários do setor público — de 47 mil libras sírias (US$18) a 71.515 libras mensais, equivalente a aproximadamente US$28.
Pensões para militares e funcionários do governo também foram elevadas em 40%.
LEIA: ONU fornece quase 139.000 toneladas de alimentos para Idlib na Síria em 2021