A Repórteres Sem Fronteiras (RSF) lamentou a inclusão da Argélia na lista de países que adquiriram o software israelense Pegasus, usado em operações de espionagem em smartphones. A RSF afirmou que cometeu um erro horas depois que a Argélia abriu um processo contra a organização.
A RSF publicou um comunicado em seu site oficial para se desculpar por acusar a Argélia de comprar o spyware israelense. Isso gerou um escândalo internacional após as alegações do envolvimento de Marrocos em uma operação de espionagem sem precedentes contra milhares de figuras políticas e da mídia em todo o mundo, incluindo a Argélia.
O pedido de desculpas afirmava: “Inicialmente, incluímos a Argélia na lista de países que cooperam com a NSO, a empresa israelense que desenvolveu o software Pegasus. Esse erro, que lamentamos, foi corrigido”. Assim, a RSF removeu apenas a Argélia do artigo.
A Argélia abriu um processo contra a organização após ser acusada de adquirir o spyware Pegasus.
Em nota, a Embaixada da Argélia na França disse que a ação foi movida pelo Embaixador Mohamed-Antar Daoud em nome do governo argelino e veio em resposta ao artigo da organização publicado em seu site oficial em 19 de julho, alegando que a Argélia está entre os países que compraram o spyware Pegasus.
O comunicado nega categoricamente essas alegações, ao mesmo tempo em que confirma que a Argélia não adquiriu, não utilizou o programa, nem cooperou com nenhuma parte na realização de atos de espionagem.
A Argélia abriu uma investigação judicial no nível do Tribunal Sidi M’hamed de Argel, depois que notícias circularam sobre o envolvimento de Marrocos em operações de espionagem direcionadas aos telefones de cerca de 6.000 personalidades políticas, militares e jornalistas que usam o spyware Pegasus.
Em comunicado divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores, a Argélia expressou sua profunda preocupação com o envolvimento das autoridades de alguns países, em particular do Reino de Marrocos, no uso generalizado do spyware Pegasus contra funcionários e cidadãos argelinos, além de jornalistas e defensores dos direitos humanos em todo o mundo.
A declaração indicava: “Essas práticas ilegais, inaceitáveis e perigosas minam o clima de confiança que deve prevalecer nas trocas e interações entre funcionários e representantes de países”.
LEIA: Argélia está preocupada com o suposto uso de spyware Pegasus pelo Marrocos