A Irmandade Muçulmana convocou ontem o presidente tunisiano Kais Saied e os políticos e facções do país para iniciarem um “diálogo sério” a fim de superar as crises atuais que enfrenta, informou a agência de notícias Anadolu.
Em uma declaração publicada no site oficial da Irmandade Muçulmana dois dias após Saied ter demitido o primeiro-ministro Hichem Mechichi e paralisado o parlamento.
O grupo disse que “está acompanhando de perto os acontecimentos chocantes na Tunísia”.
Salientou que “a democracia deve ser respeitada neste momento crítico, os ganhos dos tunisianos devem ser mantidos” e “as escolhas livres dos tunisianos devem ser colocadas no topo das prioridades”.
“Apelamos ao povo tunisiano, às forças políticas e sociais, incluindo o presidente, o parlamento e o governo, para que iniciem um diálogo sério”.
A Irmandade Muçulmana enfatizou que “o diálogo sério impedirá que o país deslize para uma inclinação escorregadia de violência, destruição e caos inaceitáveis”.
No domingo, Saied destituiu o governo, congelou o parlamento e assumiu sozinho a autoridade executiva sobre reivindicações de impasse político que levaram à deterioração das condições econômicas do país.
Sua ação veio após protestos contra a piora das condições econômicas e o mau trato do governo com a crise do coronavírus.
A maioria dos blocos parlamentares condenou a ação de Saied como um golpe de Estado, chamando-a de inconstitucional. Apenas um bloco, que ocupa 15 dos 217 assentos, composto por remanescentes do antigo regime, o apoiou.
LEIA: Ghannouchi forma frente nacional para anular decisões do presidente da Tunísia