Levantamento feito pelo jornal O Globo demonstra que oitenta por cento das parlamentares brasileiras já sofreram ataques de violência política. Um projeto de lei para combater essa prática foi aprovado no Senado na última semana e segue agora para sanção presidencial.
De acordo com estudo da Terra de Direitos e Justiça Global, de janeiro de 2016 até setembro de 2020 foram identificados no Brasil 327 casos ilustrativos de violência política, entre assassinatos, atentados, agressões, ofensas e outras práticas categorizadas como violência política e eleitoral. Já a pesquisa do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania identificou que, apenas ao longo de 2020, mais de 80 concorrentes aos pleitos municipais foram mortos e que as agressões ultrapassaram a marca dos 100 casos. As mulheres acabam sendo as mais visadas em razão do machismo e do racismo.
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Segundo pesquisa do Instituto Marielle Franco, no período eleitoral deste ano, 52,3% das candidatas foram vítimas de violência racial, 12,7% receberam ofensas relacionadas a seus corpos, 7,9% sofreram algum dano emocional e 6,3% foram alvo de agressões físicas enquanto desenvolviam atividades de campanha. Todas as ocorrência se deram em razão de suas cores, raças e etnias.
Os dados alarmantes levaram as organizações da rede Pacto pela Democracia a lançar, no início deste ano, um manifesto pela segurança das mulheres negras na política. Elas denunciam os índices de violência e cobram as instituições a proteger e garantir que essas mulheres possam exercer seus mandatos livres das perseguições e agressões e tenham suas vidas e atuação preservadas.